tag:blogger.com,1999:blog-9106281109471738392024-02-21T03:49:00.190-03:00Eu Quero ser uma EscritoraLuhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.comBlogger43125tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-43296119039571084742014-10-02T22:42:00.003-03:002014-10-02T22:42:48.275-03:00Um mundo sem cor<div style="text-align: justify;">
Nunca gostei de reler meus escritos. Sinto-me mal por eles. E confusa. Por vezes, boba. Inocente. Inconsequente. Por vezes, não sinto, porque não consigo me recordar do que sentia. E eu sempre sinto quando escrevo. </div>
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<br /></div>
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E escrever é exatamente isso. Deixar o sentimento escorrer pelos dedos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quase sempre, na companhia solitária da minha tristeza. Não consigo me desapegar dela, até porque é só nela que eu sou eu, e é só nela que as minhas palavras ganham vida. Tem que ser intenso, senão fica feio, ruim e sem graça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dias difíceis, dias nem tanto. E dias mornos, que em geral são ruins. Sinto falta de sentir.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Coincidentemente, dia desses tive contato com dois dos meus textos. Sem querer. Sem procurá-los. Eles bateram na minha porta. Estão perdidos aqui mesmo, neste blog. Dois escritos nos dias mais cinzas que eu me lembro de ter vivido. Tempestade que estava prestes a cair, mas ficou apenas parada, como nuvens pesadas encobrindo o sol. Não choveu. Não molhou a terra. Não fez nada germinar. Apenas permaneceu, para que o sol não brilhasse.</div>
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<br /></div>
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Um dos textos era duro. Eu sendo dura comigo, e materializando uma frustração sem tamanho. Um misto de vontade de mostrar pro mundo que a tristeza era apenas raiva junto com a certeza de que a raiva nunca conseguiria, por si só, esconder o que de mais triste eu encontrei pelas minhas andanças. </div>
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<br /></div>
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Era o ponto final de uma frase que nunca chegou ao seu fim. E eu nunca soube (ainda não sei) como lidar com pontos finais. Logo eu, que sou tão reticências.</div>
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<br /></div>
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O outro, também retratava a mesma dor, mas como águas tranquilas de um mar azul no fim da tarde. Um barulho incessante de ondas quebrando sem sentido, sozinhas na areia que nunca se move. Uma entrega involuntária a algo contra o que eu nunca consegui lutar. Era apenas a aceitação.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dois retratos, da mesma imagem desfocada. E nem mesmo na minha mente, não consigo mais ver com clareza o que antes parecia perfeito. Apenas não é mais. Ou não foi. Ou nem poderia ter sido.</div>
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<br /></div>
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Como previ, nunca mais recuperei as cores. Meu filme queimou. Mas roda. Funciona, por trás de pequenos sorrisos, pequenas satisfações momentâneas, pequenos pedaços de um todo que não vai mais se formar. O preto e branco agora não machuca mais.</div>
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<br /></div>
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A menina que sabia escrever continua procurando cantos escondidos para deixar suas marcas, seus sinais, suas pistas. Já não sabe mais se há quem siga, quem procure, quem deseje. E não se importa. A menina era eu, e agora eu sei que deixar de ser menina não é bom. Porque descobrir que o arco íris não existe fez com que ela parasse de buscar o ouro.</div>
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<br /></div>
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Descobri que a vida é um jogo. Mas a minha vez já acabou. Então apenas me mantenho sentada, à margem do campo, observando aqueles que ainda não sabem que logo vai acabar, e que, exatamente por não saberem, jogam com tanta vontade.</div>
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<br /></div>
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Sem chorar pelos cantos, sem querer que tivesse sido diferente, sem acreditar que vai mudar. Eu não fico mais tão triste. Também não fico tão feliz. Apenas espero o jogo acabar.</div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-54749120034440052962014-09-03T23:07:00.001-03:002014-09-03T23:07:41.886-03:00Dia desses<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOXVBrcr-VwcTvZBGVUhr5YFzwyfRpfdidWKQ2m0AsKHacpWq1fKGlVSapgYDF37d7itRbBReT8WBkhX8TURPQ7364ZjwXFS-AmUIZ8QDOXqXMb-NivymYUBtrbiTrWxGJnGUQ-0wFu6B9/s1600/wallpaper696758.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOXVBrcr-VwcTvZBGVUhr5YFzwyfRpfdidWKQ2m0AsKHacpWq1fKGlVSapgYDF37d7itRbBReT8WBkhX8TURPQ7364ZjwXFS-AmUIZ8QDOXqXMb-NivymYUBtrbiTrWxGJnGUQ-0wFu6B9/s1600/wallpaper696758.png" height="106" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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Dia desses eu estava aqui, toda brava, por toda gente que não sabe de todas as coisas eu sempre tenho para fazer e por fazer, e que ainda assim fala todas as palavras e pensa todos os pensamentos sobre tudo aquilo que nem eu digo e penso. Não me cuidam, mas não deixam de me apontar os dedos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não me incomodam mais, porque o dia de me incomodarem já passou. </div>
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<br /></div>
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Tantos sentimentos, de tantas formas, que se transformaram em tantos substantivos diferentes. Com ou sem adjetivos. </div>
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<br /></div>
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Não expressei minha braveza. Guardei ali num canto e ficou tudo no ontem. Ou foi embora com o vento que me arranhou a face, já judiada por tantos sorrisos que precisou criar para esconder tantas cicatrizes de dias desses que já não são mais hoje.</div>
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<br /></div>
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Hoje, que já não é mais dia desses, eu lembrei. E eu sorri. E eu gosto quando lembro e sorrio, mesmo sabendo que não me deu nenhum motivo para sorrir. Nada mudou, porque pouco muda. Ou pouco importa o que muda se não muda aqui dentro do que é meu. E se tivesse mudado, o que diriam? Por que diriam? Não importa, porque sempre diriam.</div>
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<br /></div>
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Umas tantas dessas perguntas brotam em dias como as noites de hoje. E umas tantas dessas pessoas brotam nos caminhos que não são mais os caminhos de hoje.</div>
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<br /></div>
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Dia desses reencontrei, nesses novos meios que existem para reencontros, gente que um dia foi dia do meu dia, e que hoje tem tantas outras coisas para fazer e por fazer. E tantas outras gentes que são dias dos seus dias. E rimos e lembramos e revivemos, cada um na sua lembrança, os dias de anos atrás, que ficaram no hoje apenas como memórias boas.</div>
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<br /></div>
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Tantas desventuras e tanta falta de responsabilidade numa época em que nos era permitido ser irresponsáveis. E fomos. E hoje sentimos orgulhos de termos sido, porque formou um pouco do que somos e do que nos tornamos e daquilo que sabemos que não podemos mais fazer. Porque aquele tempo passou. E que bom que aquele tempo existiu. E que bom que aquele tempo passou.</div>
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<br /></div>
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Hoje, que não é mais dia desses, o que era pôster de banda de rock colado na parede do quarto se transformou em borboletas e quadros com imagens que bebês nas paredes dos quartos que não podem mais ser tão rebeldes como foram dia desses.</div>
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<br /></div>
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Os dias por vir serão como os dias que foram dias desses. Mas estaremos do outro lado. E saberemos como lidar, porque já estivemos lá. Não pensamos mais no emprego que teremos que procurar. Hoje é filha que cresce, planos que mudam.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fim das contas, ainda não estou no fim das contas. Mas já gosto dos dias que foram ontem. Mesmo daqueles que me fizeram chorar. Muitos deles fizeram. Lágrimas de cores diferentes, de gostos diferentes e que cortaram a pele de forma diferente. Umas por dentro, outras por fora. Umas rasgando a pele, outras apenas refrescando os olhos.</div>
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<br /></div>
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Um mundo que a cada dia é mais mudo. Um dia que a cada dia é mais meu. Um meu que a cada dia é mais do mundo que eu faço para mim.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses eu me lembrei do amor jurado, do amor desperdiçado, do amor prometido, do amor não vivido, do amor fugido.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, que não é mais dia desses, mudei a minha concepção do amor, e não acredito mais nele, mas não costumo dizer isso às pessoas, porque elas têm seus próprios dias desses. E seus próprios amores. E seus próprios meios de acreditar, ou de se enganar de forma tão verdadeira a ponto de acreditar que o que é realmente dor pode ser chamado de amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Respeito. </div>
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<br /></div>
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E é bom ter vivido dia desses para poder relembrar.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-1969524726637051182014-07-14T23:26:00.002-03:002015-09-02T21:39:39.262-03:00Partiu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEkoGP3rNLdaP1BO2YSGtPFLSNEtQsXpjPDumjVWjK5NqGjCpPjzNfP6YDDq-lG3FPTF7mbjldNY3XIC5Ih2T6EY1e2qZDm0wOyewjO3RK1GP5LdhMbfuFjPUNpgnwy8NGvZ68qymt7e4X/s1600/tumblr_lq5h0by9aL1qknb8do1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEkoGP3rNLdaP1BO2YSGtPFLSNEtQsXpjPDumjVWjK5NqGjCpPjzNfP6YDDq-lG3FPTF7mbjldNY3XIC5Ih2T6EY1e2qZDm0wOyewjO3RK1GP5LdhMbfuFjPUNpgnwy8NGvZ68qymt7e4X/s1600/tumblr_lq5h0by9aL1qknb8do1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dois anos e alguns meses atrás, eu estava na cidadezinha no interior, arrumando as malas para voltar pra capital. Feliz da vida por ter conseguido a chance de trabalhar num lugar legal, por poder oferecer tudo que São Paulo tem para oferecer para a minha filha e, como não podia deixar de ser, chegando pertinho do meu sonho. Um sonho que eu não tinha contado para ninguém que eu tinha. Nem para mim mesma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O emprego não era assim tão legal e o sonho virou raiva, depois mágoa, depois choro, depois nada. E depois passou. No fim das contas, não era mesmo um sonho bom de ser sonhado. De toda forma, deixou as devidas marcas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E dois anos é mesmo pouco tempo, mas eu posso dizer que vivi uns quinze anos dentro desses dois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fiquei presa no trânsito e me perdi. Comi em bons restaurantes e assisti ótimos espetáculos. Passeei no shopping, no parque, na rua. Andei de bicicleta e de metrô. Vi manifestações, depredações, injustiça, violência, desigualdade. Me indignei por 20 centavos. Fiquei sem sinal de celular, sem internet, sem tv. E depois, tive tudo que eu não tive. De novo e de novo. Amo essa cidade e não vou deixar de amar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, estou novamente colocando em caixas minhas roupas, minhas louças, minha vida. E volto para o interior. Voltou pra onde eu ainda não fui. Outro interior, outro emprego legal, outra casa, outra escola legal para minha filha. Sem sonhos, porque destes eu já desisti. Pelo menos daquele "tipo" de sonho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Realizada.</div>
<div style="text-align: justify;">
E feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Certamente como sempre estive em cada mudança e ao mesmo tempo como nunca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saio com a sensação boa de que é mesmo a hora de ir. Que vou na hora certa. Que não estou deixando a minha ansiedade falar mais alto. Que meu dever foi cumprido, e muito bem cumprido. Que conquistei meu espaço. Que cresci. Que fiz a diferença. E que vou novamente fazer a diferença agora em outro lugar. E que aqui, por maior que seja, ficou pequeno para mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem incertezas. Sem pressa. Sem ter que morar no apartamento que estava disponível. Sem ter que me virar para fazer dar certo. Porque desta vez já está tudo certo antes mesmo de eu ir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu me sinto <b>tão</b> bem...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um mundo de coisas pra agradecer, um mundo de coisas para esquecer, um mundo de coisas para levar comigo, um mundo de coisas pra deixar, um mundo de aprendizado, um mundo de lágrimas choradas que ficarão no apartamento vazio. Essas não vão comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas tem muita gente. E gente que vai comigo. Eu deveria nominar cada uma delas aqui, mas é impossível. Porque muita gente me fez crescer. Fez parte dos meus quinze anos em dois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que abriu a porta e que permitiu que eu e minha filha entrássemos não apenas nas suas casas, mas nas suas famílias (Ana e Fátima, essas são vocês!).</div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que trabalhou comigo e me aguentou tantos dias, de bom e de mau humor, sorrindo e chorando, tranquila e brava. E chata. Sempre chata. Eu sei que eu sou chata... nunca neguei isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que compartilhou momentos de crescimento da vida escolar da minha filha com todas as angústias e medos que o crescimento dos filhos traz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que me ensinou e gente a quem eu ensinei.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que foi mau caráter, e que, ainda assim, mesmo sem saber, fez de mim uma pessoa melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gente que não estava perto fisicamente todos os dias, mas que eu sempre soube que estava ali.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E teve gente que me machucou. De uma forma que eu nem sabia que poderia ainda ser machucada. Que me fez chorar tanto que eu achei que fosse ficar seca. Que me fez duvidar. E que me fez perder a crença em algo que eu, pela última vez, tinha me dado a chance de acreditar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim. Esse era o sonho que virou mágoa, que virou raiva, que virou bla bla bla bla.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu optei por ficar perto do fogo, sabendo que poderia me queimar. E me queimei. Levo agora a pele deformada pela cicatriz que não sai mais, mas que me lembra que apesar de tanta dor, eu sobrevivi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É, eu sei... mi mi mi. Sou dessas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pra algumas pessoas, eu estou indo embora. Pra outras, estou apenas indo ali. Mas continuarei sempre aqui. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É a minha vez, e a minha vida vai começar de novo, como já começou tantas vezes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora eu já posso parar de contar o dinheiro e começar a contar as estrelas. Porque é verdadeiro o verso da música que diz que a gente só odeia a estrada quando sente saudade de casa. E aquilo que sempre me disseram que era meu e que estava guardado para mim, eu encontrei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou indo para casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Encontrei a paz de espírito que eu nem saiba que era tão gratificante. Encontrei a tranquilidade que eu nem sabia que não tinha. E encontrei a mim mesma exatamente no mesmo momento em que eu descobri que era isso que eu estava procurando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Completa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obrigada, São Paulo. Voltarei sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-85907674001800400282014-06-22T00:27:00.001-03:002014-06-22T00:27:16.543-03:00Algumas coisas nunca mudam<div style="text-align: justify;">
E então, tempos depois, eu sinto novamente aquela vontade estranha. Eu preciso escrever.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu poderia fazer uma lista enorme de desculpas, e todas elas seriam (como de fato são) compreensíveis e justificam o fato de eu não fazer mais como eu fazia antigamente. Simplesmente sentar na frente do computador e esvaziar a minha mente em palavras. E depois, deitar e dormir. Porque isto é a única coisa que me acalma. Sempre foi. E tenho a impressão de que sempre será.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas então eu estava hoje, assistindo um episódios de uma série qualquer que eu acho por aí (e começo a assistir e nunca mais consigo parar, até que chegue ao fim) e uma frase dita fez com que eu me lembrasse. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu me lembro agora. Eu me lembro do que eu sou, e eu sou isso. A menina que fica sempre sozinha em casa aos sábados à noite, assistindo e ouvindo a filha dormir. A menina que às vezes precisa ficar parada na sacada, olhando para o nada e ouvindo o silêncio, enquanto um mundo de pensamentos se organizam na mente e imploram para se tornar texto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No meio de todas as desculpas, há esconde a decepção. E com ela vem a marca. Mais uma marca. Cicatriz que por vezes fica quase invisível, mas que, como as outras, não vai mais desaparecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase era: <i>"quando você mente uma vez, tudo muda".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E fez sentido para mim não porque eu menti ou porque mentiram para mim. Mas porque eu já passei por esses "marcos". Essas situações, que nem sempre são perceptíveis, mas que mudam tudo, e que simplesmente fecham uma porta atrás da gente depois que passamos. E não há retorno. </div>
<div style="text-align: justify;">
<i> </i></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu aprendi tanta coisa, e mesmo assim não aprendi quase nada. Porque ainda me engano com as mesmas promessas que nunca são cumpridas, e ainda espero as mesmas coisas que não podem e não devem ser esperadas. E me machuco de novo, quando o machucado ainda nem sequer começou a curar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As coisas que ninguém sabe. As coisas que não podem ser escritas. Indo e vindo, provavelmente pra sempre, se é que existe um sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não me questiono mais porque, ou o que eu fiz para merecer, ou essas coisas todas de quem não entendeu ainda que para tudo há um motivo. Mas aceito. Calma e pacífica. E, acima de tudo, distante. Aceito porque as escolhas que não são minhas não podem trazer consequências para mim. Já me bastam as minhas. Aceito porque das escolhas que são minhas eu não fujo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não crio histórias na minha mente só para que eu possa acreditar nelas. Eu encaro. Porque nunca houve, para mim, essa válvula de escape que conforta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo contrário. Há mais por vir para mim. Mais coisas boas e mais coisas ruins. Independente de como for, eu vou estar lá. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que é meu, me será dado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-2457524531106030272013-12-08T16:30:00.001-02:002013-12-08T16:55:50.703-02:00Garota exemplar<div style="text-align: justify;">
Continuo querendo ser escritora, mesmo já sendo uma. Aliás, continuo querendo ser muitas coisas, umas que já sou, outras que não sou, outras que talvez não serei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ando lendo bastante. Sempre li. Mas tem fases que leio mais. Ultimamente, ando ocupando minha cabeça com os livros, na tentativa de expulsar da mente os pensamentos ruins que algumas muitas pessoas sempre conseguem plantar lá dentro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que as pessoas tem mesmo essa necessidade: uma vontade incontrolável de atingir e agredir os outros. Tudo bem. Também já fui assim. Hoje em dia tenho muito mais coisas para me preocupar com a vida dos outros. Não sobra mais tempo. Que bom para mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há tempos estava com a ideia de comentar um pouco dos livros que leio. Então vamos lá. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqaVTQ2mKx7oB0306C2HMg72y1-_CxUObTOhU7-GCegHIE9Ss0hCdGYdowbNlBqfQF1A8vdzo4zQaeGuATnJp3m9QrANfRdg-2uv_y8umDYRGY2Kt6GhAJQsBYWoV_98D4gq30U-2VZstT/s1600/Foto_livro_Garota-exemplar_red.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqaVTQ2mKx7oB0306C2HMg72y1-_CxUObTOhU7-GCegHIE9Ss0hCdGYdowbNlBqfQF1A8vdzo4zQaeGuATnJp3m9QrANfRdg-2uv_y8umDYRGY2Kt6GhAJQsBYWoV_98D4gq30U-2VZstT/s1600/Foto_livro_Garota-exemplar_red.jpg" height="247" width="320" /></a>Recentemente li o Garota Exemplar. Eu já tinha visto ele nas prateleiras muitas vezes, mas não sabia do que se tratava. Aliás, raramente leio as sinopses dos livros. gosto da surpresa, e compro os livros pela capa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa capa, confesso, não tinha me chamado muito a atenção, então comprei diversos outros antes de comprar ele. Mas teve um dia que não consegui mais fugir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O livro fala, em resumo, do sumiço de uma moça, e da consequente busca do marido por ela. É uma história aparentemente comum, no início, mas com algumas sacadas muito boas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A tal moça tem pensamentos que se parecem com os meus. Ela fala da rotina imbecil em que alguns casais se permitem viver. Da futilidade das brigas por ciúme. Dos questionamentos irritantes da sociedade sobre ter filhos ou arrumar um marido. Das aparências sem sentido que muitos tentam manter.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cara é um típico marido insatisfeito e acomodado. Tem uma amante, e embora prometa à ela que vai largar a mulher, nunca teve realmente a intenção de fazer isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A história é narrada pelo marido, mas se transforma quando, mais ou menos na metade, quando a narrativa passa a ser da própria mulher desaparecida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É bastante surpreendente e prende a atenção. A forma como o autor expressa as coisas por palavras é fantástica. Poucos livros me dão a sensação de "putz! eu queria ter escrito isso!". Esse deu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gostei muito. Muito mesmo. Mas acho que, especificamente, tenho motivos pessoais para ter gostado desse livro. A história é muito similar a uma que eu conheço, e que me afetou profundamente tempos atrás.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um livro que eu gostaria demais de dar de presente a um casal que é exatamente tudo que é retratado no livro... Mas obviamente não vou fazer isso. Ou vou... Quem sabe, né?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recomendo a leitura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-79920745045781686142013-05-06T23:32:00.003-03:002013-05-06T23:42:45.752-03:00"...nem foi tempo perdido..."<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6l9sYYIBeOXhEgFMKt3hQrXVxbUKtIo3WvrPU604LMuaqBrKgQWabMoVpTvvlD9_3DvPCT1g1KVCe-Bp54oOzKlJgt3LCOJRVHBcskPj71hcxUo1Pv5m4oclkUGaZhoHvocT9i8IBHrJP/s1600/Tempo+perdido+pedra+palavra.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6l9sYYIBeOXhEgFMKt3hQrXVxbUKtIo3WvrPU604LMuaqBrKgQWabMoVpTvvlD9_3DvPCT1g1KVCe-Bp54oOzKlJgt3LCOJRVHBcskPj71hcxUo1Pv5m4oclkUGaZhoHvocT9i8IBHrJP/s1600/Tempo+perdido+pedra+palavra.jpg" height="320" width="243" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Era para ser apenas uma segunda feira. E as segundas um dia fora boas. Era o fim de uma distância dolorida que se preenchia pela espera que nunca acabou. Mas hoje a terça será de olhos inchados. De lágrimas ressecadas e escorridas pela pele de um rosto cru.<span id="goog_602391541"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu assim. Apenas choro. Pranto. Dor que escorre pelos olhos, ainda que nem eu mesma consiga descobrir o que é a causa. Sem saber o porquê. Sem talvez existir um porquê. Um coração que insiste em bater apertado demais em pouco espaço, em pouco tempo, em nenhum motivo, em trinta e três anos de motivos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gente ao meu redor que está ocupada demais para me dizer que vai ficar tudo bem. Ou para me ouvir perguntar se vai ficar tudo bem. Ou para apenas falar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apenas gente que é gente. E tem mais o que fazer. E gente que quer estar no meu lugar. E gente que não quer que eu esteja no meu lugar. E gente que se mata por dinheiro. E gente que não vê exatamente o que está bem à frente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tanta gente. E ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hora de ouvir a legião dizendo que não tenho mais o tempo que passou, mas ainda tenho todo o tempo do mundo. E me perder em frases antagônicas que descrevem exatamente o que eu não sei que sou. E hora de deixar o tempo passar sem fazer o que precisa ser feito, porque o sempre há algo para ser feito antes. E eu não faço. Ou refaço. Ou desfaço. Necessidade de abraço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sangue amargo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dias de noite fria. Um frio que não se pode aquecer, porque sou eu mesma quem cria. Esfria. Esguia. Me guia?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A menina que ensinou não sabe ensinar a si mesma. De tanto cuidar de tanta gente, esqueceu-se de cuidar de si mesma. É hora de transbordar. Deixar derramar tudo que há do lado de dentro, e limpar, e recomeçar, sem saber de onde, e sem poder voltar. Apenas caminhar. Uma luz está adiante. E mesmo sem vê-la, persigo. Eu, meu próprio inimigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A menina que virou mãe e perdeu o direito de pedir a o colo da sua mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Distante. De tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Manhã de entardecer cinza. Um cinza que cega os olhos de quem está acostumada a ver apenas no escuro. Em volta de mim mesma, eu mesma construí meu muro. E não sei ao certo se fiquei do lado de dentro ou de fora. A construção que deveria me proteger se volta contra mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Instinto insuportável que não me deixa vencer. Adoecer. E ver tudo escorrer. Sem nada fazer. E correr. Porque ainda tenho meu próprio tempo. O meu. Próprio. Tempo. O que há no fim do dia é apenas um novo dia. E amanhã, amanhã eu esqueço. E se tudo cer certo, com um monte outras preocupações me aqueço. Aquiesço. Recomeço. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De fato. Ninguém prometeu. E não foi tempo perdido. Foram apenas degraus. E ainda tenho muitos a subir. Mas não me canso. Deixei-me anestesiar pelo cansaço, e enquanto não sinto apenas consinto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre em frente. Sempre enfrente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Não tenho medo do escuro</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Mas deixe as luzes acesas</i> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-83673708240074176902013-04-22T00:05:00.000-03:002013-04-22T00:05:06.044-03:00Mudando<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDe5UPVS1XXXwQhQot8Yf_mNanOzHG0GsVO082lQ37O-tTKl3DdQIHcjH8wLEQYt1anilUoBCoaoN53_I3mzz5m6xlW-Y-puHK5g0xGvz2goFUkpMjb2da6P6waLYGZjaiTSzFjQOIaima/s1600/casanova11.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDe5UPVS1XXXwQhQot8Yf_mNanOzHG0GsVO082lQ37O-tTKl3DdQIHcjH8wLEQYt1anilUoBCoaoN53_I3mzz5m6xlW-Y-puHK5g0xGvz2goFUkpMjb2da6P6waLYGZjaiTSzFjQOIaima/s1600/casanova11.png" height="320" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Caixas, coisas perdidas, dor de cabeça, bagunça que parece que não vai ter fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas aos poucos, as coisas velhas vão encontrando novos lugares, e as que não encontram vão para alguém que as terão como novas. E darão a elas novos lugares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faxina na alma. Vida que reinicia. Segunda feira sem cara de tédio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que era de lá, ficou lá. Aqui não tem espaço. E o que veio, será revisto. Relido. Revivido. Renovado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um novo começo, porque o outro começo ficou velho. E acabou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um ano se passou desde que a outra mudança se mudou. E eu mudei. Ganhei novas cicatrizes, novas dores, novos amores que já se perderam, novos caminhos, novos projetos. Em especial, um novo amigo. Que vai comigo agora para todas as próximas mudanças. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No velho lar, ficam as vibrações pesadas, as esperas choradas, as desilusões passadas, as amarguras conquistadas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E no novo, o novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Venha, porque será bem vindo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Toda mudança é um parto. Mas, como num parto, nasce uma nova esperança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que seja um lar. E que o lar seja feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-67449033786856020172013-04-11T23:02:00.002-03:002013-04-11T23:02:41.059-03:00Minha filha minha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-vEiuLWO_re5YNH7HL6u7QriSPTqZO2tU2LpDqiuqD_6YfthMHS7E_zTduD0oji5pmh6X7DLF_LecYuXsMH607vD_wLyR_3w0QT1rFNRinPdaQF4PM6bhQQ9z74P0d48dA8Sv9W40OXsJ/s1600/Amor+de+m%C3%A3e.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-vEiuLWO_re5YNH7HL6u7QriSPTqZO2tU2LpDqiuqD_6YfthMHS7E_zTduD0oji5pmh6X7DLF_LecYuXsMH607vD_wLyR_3w0QT1rFNRinPdaQF4PM6bhQQ9z74P0d48dA8Sv9W40OXsJ/s1600/Amor+de+m%C3%A3e.jpg" height="197" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Antíteses, sinônimos, adjetivos: um riso que extrai lágrima, uma lágrima escondida atrás do riso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Brincando de vida séria, aprendendo a ser mãe. E a bonequinha fala, anda, tem vontade própria, e me inunda da felicidade mais plena, e me enche da preocupação mais dolorida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um novo dia, um novo medo, que passa despercebido quando noto que o dia já passou. E estamos bem. Eu tanto faz. Ela está bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu e ela. Eu nela. Ela em mim. Ela minha. Eu comigo. E mais ninguém. Não divido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo que ela tem, tudo que ela é. Tudo eu. Tudo meu. Medo que cresce. Pois o mundo acresce. E há perigo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como fazer? Há quem ensine? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As perguntas que eu tive até hoje, as respostas que não tive alternativas senão encontrar. E não posso testar. Se der errado, não pode dar errado. Impossível tentativa. Necessário acerto. Uma vida em minhas mãos. Moldo. E vejo ser moldada. Por mim. Por ela. Ela nela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não há livros. E é confortável compartilhar e ouvir outras experiências, mas o meu é diferente. O meu é só meu. Egoísmo extremado, confrontado com o receio do excesso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo muito. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Preocupações que crescem e me infestam. Mas só depois que ela dorme. Enquanto brinca, sou sorrisos. Deixo de lado qualquer tristeza, qualquer dor, e escondo, numa mentira inocente, o choro. Apenas um cisco no olho. Mãe não chora. Mãe não dói. Mãe é mãe. É mão que segura sempre. E eu estarei lá. Preciso estar. E estou. E sou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu. Só eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sozinha, fiz em mim todo o mundo necessário para que ela não se sentisse nunca só. E não há impossível. Não há inatingível. Não há o que não haja. E se houver, eu crio. Faço. Invento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Força que nunca acaba. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até que ela durma. Tranquila. Anjo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois disso, posso desmoronar. Mas com hora marcada para me remontar. Só até ela acordar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gerada de dois, criada por mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vai aprender. Vai crescer. Vai mudar. E eu... eu sempre mãe. E ela sempre minha. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-52705393676026454462013-04-04T23:58:00.001-03:002013-04-04T23:58:45.253-03:00"... 'cause inside you're ugly."<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_vLnfqv6YO5fNmkCsfCBhVOt_gC595w7HfiPxVSa6mPRe6XSa1IT9088nX8kSrSlk6X5Qws364QAVNBQge3ZRs8_A0oUpO_v5yVUPh6yP8jNteWTXkmjQfdwHWLrmqk99rVklyLWgL0Tr/s1600/tumblr_micf65aYL81s3kxj5o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_vLnfqv6YO5fNmkCsfCBhVOt_gC595w7HfiPxVSa6mPRe6XSa1IT9088nX8kSrSlk6X5Qws364QAVNBQge3ZRs8_A0oUpO_v5yVUPh6yP8jNteWTXkmjQfdwHWLrmqk99rVklyLWgL0Tr/s1600/tumblr_micf65aYL81s3kxj5o1_500.jpg" height="220" width="320" /></a></div>
<br />
É uma <a href="http://www.youtube.com/watch?v=2Vlejm26pao" target="_blank">bela música</a> esta.<br />
<br />
E a tradução, adaptada, é a minha vida depois que você passou por ela.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Poderia mesmo me deixar de joelhos novamente. Poderia me fazer implorar. Chorar. Criança mimada, não é mesmo? E seria tudo em vão. Tudo vazio. Porque se o tempo voltasse, eu faria tudo de novo, e veria, de novo, que não valeu a pena. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E foram tantas as vezes que eu me senti insegura, que é humanamente impossível contar. Mas agora, antes de entrar, eu deixo todos os fardos que você me deu para carregar do lado de fora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu achei que nunca ia acabar. Achei que passaria todos os meus dias com o gosto da minha boca de tudo aquilo que eu nunca poderia ter. Mas devo te agradecer: foi muito bom você ter colocado um ponto final. Você fez isso muito bem. Parabéns. É talvez a única coisa que fez corretamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tantas tentativas. Tantas intenções. Aprendi a deixar meu orgulho de lado. Aprendi na marra a ser paciente. A aceitar que as coisas não podem ser como eu quero, ainda que eu queira apenas um mínimo. Respeito. Consideração. O mínimo. Porque eu dei o máximo. Mas desperdicei mais tempo do que qualquer pessoa no mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todas as lágrimas... Tudo lixo. Perdas. Sobras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas e está tudo aqui dentro. E eu cansei de sentir toda essa dor. Tudo que ficou esmagado dentro de mim, agora esparrama. Fique agora você com ela. </div>
<br />
<h3 style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; margin: 0px; padding: 0px 0px 10px;">
<br /></h3>
<div>
Deitada sozinha, não consigo mais consertar nada. E mesmo que conseguisse, nem tentaria. Não quero. Não vou. E amanhã vai estar tudo bem.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Porque eu estou agora do lado de fora. </div>
<div>
E consigo olhar para dentro. </div>
<div>
Eu posso ver através de você.</div>
<div>
Ver as suas verdadeiras cores.</div>
<div>
E por dentro, você é feio.</div>
<div>
Não é nada como eu.</div>
<div>
Eu finalmente posso ver dentro de você.</div>
<div>
Posso ver o verdadeiro você.</div>
<h3 style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; margin: 0px; padding: 0px 0px 10px;">
<br /></h3>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-47084521859553541522013-03-27T22:23:00.000-03:002013-03-27T22:23:26.942-03:00Pensamentos voam como o vento...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmfHOq8LSGn1rBDR-5vnFsGexmZur5lMQrYCRdXqYLVK_gQMvTKdQ18xQIc4TD4cE6dvqR4pFgK-PjIj5iXLSeZbt2r-Olg4aHQG-7WMKG7-MCIMYd-O8rkW4XJiSmfEJ61UNrrGT40orD/s1600/Deperate_Religion_by_DJBoraP.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmfHOq8LSGn1rBDR-5vnFsGexmZur5lMQrYCRdXqYLVK_gQMvTKdQ18xQIc4TD4cE6dvqR4pFgK-PjIj5iXLSeZbt2r-Olg4aHQG-7WMKG7-MCIMYd-O8rkW4XJiSmfEJ61UNrrGT40orD/s320/Deperate_Religion_by_DJBoraP.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Dias como hoje parecem ter durado meses. Anos. Ou meros minutos. Difícil entender se foi muito ou pouco. Ou se o muito é pouco. E vice versa. Tudo (ou nada) num único dia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lully pensativa, e pensamentos sem nexo se perdem dentro daquilo que pretende ser o normal. O normal nunca foi eu. Aparentemente, como todos. Como qualquer um. Dentro, como ninguém. Ou como todos juntos num único eu, que quase sempre se funde e se desencontra exatamente quando precisa se localizar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Perguntas que sempre ganham novos relevos. Novos rumos. Novos contextos. E o mesmo de repente é novo. Sorrisos que insistem em sorrir. E a contradição de estar sempre cheia de uma tristeza amarga, que deixou de novo marca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais um pouco de confusão, porque o que tem em mim não basta. Permito. Não proíbo. Quase incentivo. E, acima de tudo, não fujo. Nem deixo fugir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre eu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O "ouça seu coração" falando mais alto que o cérebro que sabe que o caminho é tortuoso. Porque não aceito o que dizem, o que pregam, o que viveram. Preciso do meu. Preciso do eu. Não me contento enquanto não experimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Informação que me foi dada, e utilizada de maneira errada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Continuo a menininha. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vida <i>level hard. </i>Mas que graça tem se for fácil?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-78602909221086852822013-03-24T23:50:00.000-03:002013-03-24T23:50:14.996-03:00Olhos de cigana oblíqua e dissimulada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXunE0Dn3bjyzSThbU_vsQY4sG73rpV3ofIeccGbnyzMBj1WuNq4NKPAzvR6CnqfeMImz_nEWuRq_x0dRZWNTf5b6MVY4rwOahkOoocoQ1Q5tmFJalm4NXSfGBXNiPgNNtPtwfEnPmJ3MX/s1600/foto+(1).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXunE0Dn3bjyzSThbU_vsQY4sG73rpV3ofIeccGbnyzMBj1WuNq4NKPAzvR6CnqfeMImz_nEWuRq_x0dRZWNTf5b6MVY4rwOahkOoocoQ1Q5tmFJalm4NXSfGBXNiPgNNtPtwfEnPmJ3MX/s320/foto+(1).JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feridas abertas. Sua vez de sofrer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossa história é mais curta e com menos personagens que a história da <a href="http://letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/460652/" target="_blank">Quadrilha</a> de Carlos Drummond de Andrade. Não tem João, nem Maria, nem Lili que não amava ninguém. Tem eu, que amava você, que não era digno do amor de ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fomos mesmo feitos para acabar. E acabamos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, eu tenho tudo aquilo que existiu somente na sua mente doente. Uma vida de verdade, que não te cabe, na qual você não mais cabe. E você? Tem o quê? Reformas e jantares como mero expectador. Duas vidas desistidas. Tentativas inúteis de reconstruir o que nunca foi concreto. Fugindo sempre de mentiras espalhadas, temendo que elas cruzem o seu caminho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em mim não. Certeza de que o meu melhor foi feito. E não fiz mais porque o meu melhor é demais para você. Resta a lágrima idiota que insiste em cair. E nem isto mais você merece ver. Ou saber. Muito menos ter.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Suas respostas não ditas, eu já sei. E a cada descoberta, uma nova decepção. Mas ainda o coração, que não te dispensa como foi dispensado, porque é nobre. Preocupa-se ainda com você, justamente com você, que não se preocupou com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma mudança da qual você não fará parte, um espetáculo no teatro que você não vai assistir, uma viagem de sonhos que você não vai sonhar, e fotos de um sábado no parque que você nunca mais vai ver. Apagadas. E jogadas ao vento. Como você nos jogou. E voou. Resta a lembrança que aos poucos em mim se apaga, mas que no vazio de você vai ecoar por muito tempo. Quiçá para sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Serviu de que? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu fui apenas uma troca mal sucedida. Trocou-se a felicidade pela dívida. Uma dívida que nem sequer a ti pertence. Nada são. Nada não. E todas as juras tornaram-se nada menos que um certo cinismo velado. Resolve-te agora com tua dívida, enquanto eu sigo. Pois o que fiz foi ação múltipla de resultado nulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não são lamentos. São apenas os dias se passando. Minutos que doloridamente me mostram que o desperdício veio de você. Pois o que eu tenho permanece meu, mas o que você tinha era nada. E continua sendo nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sorrisos que você não vai sorrir. Amores que você não vai amar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mágoa? Sim. Mas ainda consigo ver quem eu sempre fui. E na menina que uma dia acreditou ainda existe bondade para ver em ti não apenas o sujo, mas o pequeno covarde que jogou fora, mais uma vez, a chance de se fazer gente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E enquanto isso, a cigana oblíqua e dissimulada continua com o mesmo olhar. </div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-455618667858894172013-03-20T23:43:00.000-03:002013-03-20T23:43:00.423-03:00Ouvindo o coração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJw6xt-Dww8AkRWa3DWXvU3pP5UKg5H9M4rkE5EOdM3poN7ojsX8RhP1nfzxQpDtjLiV7WbgFaLciA5PPzJRTgEkxev40hs3CYan52gWbSwiJ0R2GsSQC_d4obBq9T2_l1KncGckxkQt2s/s1600/coracao.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJw6xt-Dww8AkRWa3DWXvU3pP5UKg5H9M4rkE5EOdM3poN7ojsX8RhP1nfzxQpDtjLiV7WbgFaLciA5PPzJRTgEkxev40hs3CYan52gWbSwiJ0R2GsSQC_d4obBq9T2_l1KncGckxkQt2s/s1600/coracao.jpeg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Uma vez, uma pessoa muito importante para mim disse que meu coração é uma fonte inesgotável de amor. E que todas as vezes que eu agir ouvindo o que meu coração diz, estarei agindo certo. E é para esta pessoa que eu escrevo hoje.<br />
<br />
Um amigo que eu não posso ver. Um amigo que nem sempre pode me ouvir. Mas um amigo. Ouso dizer: um grande amigo.<br />
<br />
Não é uma pessoa que passa a mão na minha cabeça, nem muito menos concorda com tudo que eu faço. Pelo contrário, alerta-me sobre meus erros, e, quando eu insisto neles, abertamente me diz: "eu avisei".<br />
<br />
Posso afirmar que, de alguma forma, eu cativei este amigo. E o que no início era uma pura troca de favores regada a apatia, hoje se tornou sincero. Quase humano.<br />
<br />
Confiança e fidelidade. São as características com as quais eu adjetivo o que sinto.<br />
<br />
Ombro seguro. Transforma lágrimas em sorrisos. E com ar de reprovação, me estende a mão quando eu estou caída no chão: mesmo sem poder vê-lo, eu sinto sobre mim o olhar que diz "o seu lugar não é aí, agora levante-se".<br />
<br />
Palavras nem sempre macias ("não se vitimize: se você está sofrendo, saiba que já fez muita gente sofrer tanto quanto, ou mais"), que não são exatamente o que eu gostaria de ouvir, mas que me cabem perfeitamente, e me fazem refletir.<br />
<br />
Hoje, na minha humanidade pequena, sinto que usei palavras desnecessárias. Pode ser (como em geral é) exagero da minha mente, mas eu não sabia como dizer que não podia mais seguir o que este amigo me sugeriu fazer. Ficou claro que eu não sei mesmo agir se não for ouvindo meu próprio coração. E quando ele não diz nada, é porque ainda não é hora de agir.<br />
<br />
Ainda não aprendi a ser paciente.<br />
<br />
Mas aprendi a pedir perdão. E sinto necessidade de fazer isto.<br />
<br />
Hoje, meu coração falou comigo. Disse-me que eu devia fazer exatamente o que fiz, contrariando os conselhos sempre tão sábios deste meu amigo. Ainda não me sinto totalmente livre, mas já consigo ao menos respirar.<br />
<br />
Mais um capítulo na minha história. E eu ainda não sei o que vem pela frente. Sobre tudo isto, ainda não estou pronta para escrever. Basta-me ter que viver.<br />
<br />
Disse-me também, meu coração, que eu deveria escrever. É a minha forma de pedir desculpas.<br />
<br />
Não sei exatamente o que eu sou para esta <i>pessoa</i>, e não me importo. A amizade se basta em si. Não requer troca.<br />
<br />
Aceitação de mim como realmente eu sou. Isto eu tenho em você. Sou privilegiada por você existir.<br />
<br />
Meu querido amigo e consultor: obrigada. <br />
<br />
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-56960810917402173222013-02-17T23:42:00.004-03:002013-02-17T23:42:44.572-03:00A menina que sabia escrever<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj84Ec6XYttG5LCzjzlue7CrkNzYeLSzQSRXdWgkJqZdQsSpwuySEENIuQBSz2cbK0Mm8e8RpoIFUn4-5jbCd88_ZEXnKIwdzcYZfErBs48kN4Gh_wUv10wJsTatiHwR4zdctiKZGtXgjQ-/s1600/obrigada_balao_roxo.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj84Ec6XYttG5LCzjzlue7CrkNzYeLSzQSRXdWgkJqZdQsSpwuySEENIuQBSz2cbK0Mm8e8RpoIFUn4-5jbCd88_ZEXnKIwdzcYZfErBs48kN4Gh_wUv10wJsTatiHwR4zdctiKZGtXgjQ-/s1600/obrigada_balao_roxo.gif" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Inevitável... Tenho tanto a agradecer, e a tanta gente... Estou um pouco perdida, confesso. E nada melhor do que escrever para me achar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O balãozinho acima vai para todo mundo que se interessou, comentou, compartilhou, tuitou, ligou, e etc. </div>
<div style="text-align: justify;">
=)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é mentira quando digo (e tenho dito bastante) que estou emocionada. A cada elogio, a cada parabéns, a cada palavrinha que eu recebo, inundo meu rosto com um sorriso que quase me afoga. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A menina que sabia escrever.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Desde sempre, brincou com as palavras, e sonhou, bem no fundinho do seu coração, que suas palavras um dia pudessem ganhar o mundo. Sonhou um sonho escondido, que nunca deixou de ser um sonho, mas que muitas vezes encolheu-se para dar espaço para as obrigações da vida que por ela passa.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Cresceu. Formou-se. Tornou-se mãe. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Brigou com o mundo. Desentendeu-se com o que era para ser considerado o caminho certo. Andou por trilhas tortas. Teve seu coração partido uma, duas, inúmeras vezes. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Mas a menina sabia escrever. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>E escreveu. E ainda tem muitas outras tantas coisas para escrever. E o fará. Porque o lápis e o papel continuam sendo seus melhores amigos. Porque a entendem como ninguém. Ninguém mesmo. Porque as suas dores ficam menores quando colocadas na forma escrita. E porque é exatamente isto que ela veio fazer aqui.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A menina continua uma menina. É uma criança, que recomeça aos trinta e poucos anos. Um tudo novo com o qual ela ainda não sabe lidar, e que traz a ela sensações ainda não experimentadas misturadas com outras tantas que ela já conhece tão bem.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Uma história. Uma nova história. A mesma história, agora escrita. Reescrita. Impressa. Acreditada. E um mundo inteiro escondido. Querendo se mostrar, porque encontrou agora a porta de saída (ou de entrada).</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A menina mescla o tudo com o nada. E no meio do que ainda não sabe o que é, apenas tem uma certeza: continuará. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A menina sou eu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu realmente estou quase que não cabendo em mim. Um monte de coisas misturadas aqui. Orgulho. Vontade de gritar. De mostrar para quem não acreditou. De abraçar quem me apoiou. De fazer muito mais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é só esta a certeza agora: eu farei. Muito mais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Querido mundo: poucas foram as vezes que eu disse isto, mas hoje encho o peito para dizer que sou grata por estar aqui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-76118439571315044082013-02-03T23:14:00.001-02:002013-02-03T23:19:38.193-02:00Continue sonhando<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhoq7G-TaPu_Ec20dtapjwwY324GOY9Tqgy0BOhLNcGR5sRMoNlbIcfNFM3ogl_SvkXp1izO40IEHXMUBZYoLx16PgTpZjye05JDgoeu3xKD31YmbC9cVKJqIzJgtSoZfHasvWLiRB-2ad/s1600/keep_dreaming_by_elifbayram-d3h6ol9.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhoq7G-TaPu_Ec20dtapjwwY324GOY9Tqgy0BOhLNcGR5sRMoNlbIcfNFM3ogl_SvkXp1izO40IEHXMUBZYoLx16PgTpZjye05JDgoeu3xKD31YmbC9cVKJqIzJgtSoZfHasvWLiRB-2ad/s1600/keep_dreaming_by_elifbayram-d3h6ol9.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já posso mudar o nome do blog: agora eu <b>sou</b> uma escritora. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E poderia passar um dia inteiro escrevendo nomes de pessoas importantes a quem devo agradecer pela realização deste sonho. Mas deixo para fazer isto nas páginas iniciais dos meus livros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O dia que eu recebi meu livro foi um dia estranho. Começou normal. Atingiu o ápice de felicidade, e, poucos minutos depois, o ápice da tristeza, tudo isso ainda pela manhã. E após o almoço, eu fiz uma coisa que nunca tinha feito: simplesmente fui embora do meu trabalho. O meu estoque de força zerou, e eu precisei me deitar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante a tarde, me recuperei. E juras de muito tempo foram repetidas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo ia ficar bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fim do dia, recebi meu primeiro filho. <a href="http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4654874/tributario-para-quem-odeia-tributario/?PAC_ID=122420" style="font-style: italic;" target="_blank">Tributário para quem odeia tributário</a>. Lindo. Me encheu de orgulho, e não contive lágrimas. Eram agora lágrimas de felicidade. E chegou também uma encomenda: um Master System, que eu comprei para poder jogar <i>Alex Kid in the Miracle World</i> de novo. Voltei à infância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À noite, em uma conversa, ouvi a frase: <i>"que bom que você voltou a ser você."</i> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Eu tinha de fato recuperado o brilho dos meus olhos. Foi um dia especial, que terminou com a promessa de outro dia ainda mais especial por vir no amanhã. Não podia estar mais feliz. Toda a luta de mais de um ano agora chegara ao fim. Proclamei, para quem quisesse ouvir, que a minha vida ia começar.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E começou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recebi o outro filho. <i><a href="http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4667299/empresarial-para-que-odeia-empresarial/?PAC_ID=122420" target="_blank">Empresarial para quem odeia empresarial</a>. </i>Mais orgulho. Mais lágrimas. Mais sorrisos: estes destinados à pessoa certa, que estava ao meu lado compartilhando o sorriso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E seguiram-se dias de absurdo contentamento. Uma sensação de que tudo tinha valido à pena. Cada noite não dormida, cada lágrima contida ou não contida. Cada desentendimento. Cada aperto que eu senti no coração. Fim de semana no parque. Criança sorrido. Deitar com a mente despreocupada, e com o coração leve. Um alívio indescritível. A minha vida valeu a pena porque eu vivi aqueles momentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu ainda não sabia (e nem poderia imaginar) que duraria apenas 6 dias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim as coisas acontecem na vida da gente. Você luta. Você ganha. Mas aí alguém vem e diz que a luta não valeu. E que não vai haver outra luta. Simplesmente anularam tudo. Não há mais nada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu, que nunca fui de aceitar as coisas sem que elas estejam definitivamente resolvidas, me vi obrigada a simplesmente ceder. Foi como a morte de uma pessoa muito querida: inconformismo, resignação, questionamentos, raiva, incredulidade. Mas nada disso me trouxe resposta nenhuma. E nem vai trazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há respostas, mas elas nunca me serão dadas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Continue caminhando. </div>
<div style="text-align: justify;">
Continue caminhando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os sentimentos dentro de mim aos poucos mudaram. Senti pena por ter odiado. Um dia, ainda pedirei desculpas, com todo o meu coração. Mas ainda não tenho estrutura para tanto. Um passo de cada vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não há motivo nenhum para ser explícita com relação aos fatos acima narrados. Mas há uma lição, que me foi imposta, e que, esta sim, vale a pena compartilhar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Eu sou o centro do meu universo. </i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Eu carrego em mim a felicidade que eu preciso para efetivamente contribuir positivamente com as pessoas que me querem bem.</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>Nunca serei acessório de outros, mesmo que isso possa me trazer a falsa sensação de felicidade.</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta é a lição. Eu imprimi esta frase, e colei na parede do meu quarto, bem ao lado da minha cama, de modo que todos os dias, quando me levanto, eu a recito. Pode parecer sem sentido, mas aos poucos ela está entrando no meu cérebro. E fazendo isto incessantemente, já deixei de simplesmente repetir as palavras para acreditar no significado de cada uma delas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o maior erro da sua vida é cometido em nome do amor, fica incrivelmente mais complicado aceitá-lo, e, principalmente, perdoar a si mesmo por tê-lo cometido. A busca por alguém para culpar é incessante. E isto faz com que a dor fique dentro de você, sendo a cada dia remoída, e te consumindo aos poucos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não vale a pena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Injusto?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim. A vida é injusta muita vezes. Você vai fazer algo plenamente convicto de que está certo, e vai descobrir que, mesmo estando certo, deu tudo errado. Você vai chorar. E vai doer. E vai ser difícil aceitar o sol nascendo mais uma vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas quem disse que o mundo é justo? Quem disse que as pessoas são justas? Se te disseram, mentiram. Portanto, confia apenas em ti mesmo. Segue teu coração. Porque ainda que faça somente isto, você vai sofrer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por ter ao meu lado pessoas do bem, a minha fase de recuperação está sendo mais breve do que eu mesma pude supor. Achei que passaria dias recolhida, sentindo-me pequena, e, com esta sensação, diminuindo-me ainda mais. Achei que choraria mais do que chorei. Achei que tentaria reverter a situação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas agora eu sou uma escritora. E eu tenho muitos outros livros para escrever. E muitos outros projetos para dar andamento. E muitos trabalhos para ocupar a minha mente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resumo a minha vida nos últimos 18 meses em um plantio. Plantei duas árvores. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De uma delas, nasceram meus livros. Uma árvore linda e de raízes fortes. Cultivadas com carinho e muita dedicação. E eu já posso ver as flores dos próximos livros. São bonitas, mas vão exigir de mim muito esforço, para que brotem delas frutos tão bonitos como aqueles que já nasceram. Estou pronta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Da outra, nasceu um fruto amargo. Foi uma gestação de risco, sofrida, e que gerou um bebê lindo, mas que não sobreviveu.<br />
<br />
Não ficou culpa. Não ficou mágoa. Não ficou nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se eu vou deixar de plantar árvores? Não. Nunca. Pelo contrário: vou plantar diversas outras. Infinitas. E sei que algumas delas terão o mesmo destino desta última. Mas eu prefiro pagar para ver. A minha vida é curta demais para que eu viva eternamente me perguntando o que teria acontecido se eu tivesse tentado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">“<i>…e um dia, este homem encontrou-se, num sonho, com a felicidade verdadeira, num breve instante. um desses instantes radiosos e grandiosos, desses capazes de mudar para sempre a nossa existência. </i></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><i>e se este instante for embora? quanto anos são necessários para reconstruir o passado perdido? e quanto anos são necessários para reconstruir um instante?”</i></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">
</span>
<br />
<div style="text-align: center;">
Trecho adaptado retirado do filme Nosso Lar.</div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-77007272711931129522013-01-16T14:25:00.000-02:002013-01-16T14:25:00.951-02:00JaneiroInicio meu ano como qualquer outro: acreditando que vai ser diferente. Uma forma suave de me enganar.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Só mais uma garota. Com expectativas e responsabilidades de uma mulher, mas eu nunca deixei de ser uma garota. E quase ninguém percebeu isto. Eu mesma provavelmente não percebi. Apenas me deixei crescer. E assumi o que me foi dado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aos poucos aprendendo que nem sempre aquele que pede desculpas está arrependido. Em verdade, na maioria das vezes, trata-se de simplesmente minimizar as consequências. Dizer o que o outro quer ouvir. Apagar os incêndio. E continuar levando uma vida de mentiras em que importa apenas o agora. E se agora estiverem todos sorrindo, então está tudo bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas esta nunca fui eu. Porque eu nunca me contentei apenas com o agora. Porque haverá o depois, e eu prefiro me ocupar, agora, em tornar o depois melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já não sei mais se o que eu sonho está ao meu alcance, e o fato de sonhar me machuca tanto que eu tenho medo de dormir. Uma espera que nunca tem fim, por um amanhã que nunca chega, em que as coisas vão melhorar. Mas nunca melhoram. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minutos que se arrastam são esperanças que se desfazem. E algumas marcas são profundas demais: ainda que cicatrizem, para sempre causarão dor. Uma vida que vai ficando tão pesada que cada lágrima se transforma em uma cachoeira. Cada palavras, uma flecha. Cada atitude, um inferno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Prestes a desistir, e ainda estamos em janeiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-74100910533507497282013-01-13T23:45:00.001-02:002013-01-13T23:45:04.412-02:00A ordem das coisas"Primeiro vem a chuva, depois o arco-íris. Esta é a ordem."<br />
<br />
Aprende, mulher.<br />
Aprende.Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-26995882248732123452013-01-10T10:32:00.002-02:002013-01-10T10:33:20.339-02:00Pedidos<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzfhQ2q0JSlPPMgpe90UQrVleCAn3-KPuEW_vPlAkeqWRrmXSd3C_BB2TyxhMZNjeCVLLt1DOncL-_jawVW94Q1KmWFK1LBSSBsY_VQ2EXPdxBeiJyWnMTyKwL9bOwNcYASpBVK7p8DNiX/s1600/forgotten-wishes-beata-czyzowska-young.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzfhQ2q0JSlPPMgpe90UQrVleCAn3-KPuEW_vPlAkeqWRrmXSd3C_BB2TyxhMZNjeCVLLt1DOncL-_jawVW94Q1KmWFK1LBSSBsY_VQ2EXPdxBeiJyWnMTyKwL9bOwNcYASpBVK7p8DNiX/s1600/forgotten-wishes-beata-czyzowska-young.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Iluda-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Somente você sabe que os sorrisos que me arranca não guardam nenhum sentido ou motivo. E ainda assim, eu anseio pelas mentiras que eu sei que nunca disso passarão. Porque em mim cresce a vontade de desvendar um mundo que não existe. Entendiada do real. Suas manobras me mostram o caminho que eu opto por admitir desconhecido, e, plenamente ciente das consequências, enveredo-me exatamente por onde não poderia ir.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Engana-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não ando mais com os pés no chão. Porque sou limbo. Mas tu consegues, sem grandes esforços, me deixar acima de tudo e de todos. E eu sei que não estou, nem para mim, nem muito menos para você. Mas presumo. Creio. Suponho. E sentencio. Não mais dou créditos para a existência do sublime, mas com suas expressões me espanto. E no cinza da noite, você é a cor que dou. Na cor, me contento. Por pouco tempo. Por todo o tempo. O relógio sou eu, eu conto como bem entender.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ludibria-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sem nenhuma explicação, você entende que em mim há chama, e mesmo assim vê nela apenas um lago. E eu te deixo ver. Às falsidades me entrego. Permito que me trates com frieza, porque nela consigo me aquecer. E você tem o dom de me tirar daquilo que nunca sequer houve. Materializa-se para mim como a porta de saída de um lugar que eu nunca entrei. Labirinto que me atrai e me repulsa. E eu não consigo mais medir temperatura nenhuma.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mistifica-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Porque eu me descobri subordinada à forma como você me mente. E eu sei quevocê vai sempre ficar sentado, de camarote, ouvindo-me chorar, e fingindo que se importa.E isso me basta. Eu aceito o seu fingimento, porque eu busco o que me dói. E hoje o que me dói encobre-se pela ausência de realidade das situações que me impõe. Mas ainda assim, nelas, me aceito. E eu não vou mais lutar, pois quanto mais eu sofro, mais eu amo.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Confunda-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">E eu já não sei mais como você se faz em mim, mas sei o que posso oferecer. E me satisfaço. Sinto que a minha respiração vai ficar cada vez mais fraca, mas não sei exatamente o que me atingiu. E não é inconsciente que eu aperto cada vez mais a corda que me sufoca. Porque as palavras que você me cospe eu recebo com carinho. Destilo todo o mal, ainda que só isso haja, e absorvo apenas o que eu quero. E assim adormeço tranquila. Pois o sonho é meu, e eu bem posso sonhá-lo acordada. E não é nos meus sonhos que você habita, mas nas imagens que eu consigo enxergar sem que me seja necessário a elas criar.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Desorienta-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os meus ideais eu jogo fora, e me deixo perseguir pelo grito que não significa nada. Que nem som emite. E com seus artifícios indiferentes, você me tira do inferno que eu mesma criei e me faz quebrar as promessas que minha mente me fez fazer. Transformo-te em doença, e não desejo a cura. Porque prefiro andar em círculos e chegar sempre a lugar nenhum, pois assim sei que no centro da minha circunferência existe, ainda que no imaginário, você.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
Desconcerta-me.</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Suas antíteses me fazem escutar somente aquilo que a pele deseja, sabendo que a par disso o que não me convém pesa bem mais. Não sou mais apenas pele. Sou o por baixo. Ainda assim, eu não me importo. Apenas te comporto. E fingo que me conforto. E, se em dez palavras, nove me cortarem a alma, eu sobreviverei com a uma única que me tocou com um carinho que nunca existiu.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Seduza-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Distorce a minha realidade de maneira com que meus sentidos fiquem todos alterados. Alternados. Embramados. Amarrados. Embriagados. E um olhar que eu ganho torna-me adolescente. E eu volto a sentir o sangue correndo pelas minhas veias antes tão secas. Carregando bolhas de oxigênio que salvam aquilo que um dia morreu afogado, e eu então retomo meus passos, sem entender mais de onde, nem muito menos para onde. O que me vale é caminhar.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Sofisma-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Cubro-me com tuas razões falsas, e as sei falsas, mas as torno verdadeiras. Num sem fim de perguntas sem respostas. E quando as formulo, obtenho de você aquilo que eu já sei que diria. Porque de ti, o que ganho é sempre pouco. Mas o que é pouco, me preenche. E me envolve. De toda sorte, aprecio. E me completo no vazio de tuas palavras automáticas.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Devaneia-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Crio a fábula mais perfeita, recheada de todos os personagens que nunca ganharão vida. Pequenos bonecos. Eu a principal. Você sempre por trás das cortinas. Sou o ponto de partida. Se fiz do meu referencial o sofrimento, hoje me rendo e no dissabor começo a me curar. Não mais nego, mas me entrego. Prefiro.Que seja. Da sua forma. Mas seja. Porque não tenho mais forças, e ainda que as tivesse não as desperdiçaria tentado não sentir aquilo que plenamente sinto.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Fantasia-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não preciso mais que me corte as palavras, nem que me situe onde eu pertenço. Do que já sei, não tenho sede. Mas do improvável, me alimento. Sem nunca me dizer possível, para mim é crível. Vivo a fraude que eu mesma inventei. E para mim, fuga. Porque apenas fungindo, me encontro. E no fim da estrada, você está.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">E, por fim, fazendo tudo isso, lenta e metodicamente, frustra-me.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Porque eu sei que em breve me canso de tentar te fazer ver que tudo o que eu tenho é mais do que todo o resto junto. Eu disso já sei. E eventualmente a minha ciência será suficiente. Você apenas continuará a fazer tudo isso com quem quer que assim o permita. Como eu permiti. E vivi. E sorri. E sofri. Mas depois parti.</span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 16px;">E o tempo vai passar secando o que um dia foi lágrima. E tirando o brilho do que um dia foi o sorriso mais sincero. E de novo, eu retornarei ao racional. E levarei de ti apenas um pouco. O tanto suficiente para que com um próximo alguém, as minhas palavras ganhem novamente o sentido que hoje apenas tem para ti. </span></span></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 16px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0in 0in 12pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-36090920594939705732013-01-08T19:32:00.002-02:002015-02-17T22:52:25.377-02:00Silicone, sim senhor<script language="javascript" type="text/javascript">
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</script>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4meEu1GtOa6x4tuqche2go3zijCTQuwMNCya2G22QXFbLXyJuVU3DKipKPhBpL2I3QW3g0Q3ucYhvVMUcFGMSYyyk1rc_MeGCgarRfes7i6FQ6Rjy5f8RIWZHjrYhbC1YZU35JyKeSPjh/s1600/implante-de-silicone_thumb1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4meEu1GtOa6x4tuqche2go3zijCTQuwMNCya2G22QXFbLXyJuVU3DKipKPhBpL2I3QW3g0Q3ucYhvVMUcFGMSYyyk1rc_MeGCgarRfes7i6FQ6Rjy5f8RIWZHjrYhbC1YZU35JyKeSPjh/s320/implante-de-silicone_thumb1.jpg" height="217" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Três considerações iniciais:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) Dou-me o direito de fazer uma pausa nos textos melodramáticos. Não vai durar muito, eu sei. Mas serve para dizer que eu não sou uma pessoa que vive chorando dia e noite sem parar. Sou <i>lymdah </i>e <i>phyna</i>. E fica aqui um recadozinho diretamente do meu lado maldoso: <i>não confia no seu taco, bem? Quanto recalque! Relaxa, gata: o que tiver que ser será.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
2) Sou <b>super </b>a favor de cirurgia plástica. Acho que a gente tem mesmo que mudar aquilo que incomoda a gente. E a medicina tá aí pra isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) Sim, eu coloquei silicone. Não, eu não me tornei peituda feito a Pamela Anderson.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ok. Iniciemos com a explicação teórica: mamoplastia com redução e inserção de prótese - 250ml. Muito prazer: esta sou eu. E este é o meu post siliconado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há tempos eu tinha vontade de fazer a cirurgia. Depois de amamentar por quase um ano, a lei da gravidade pesa sobre os ombros da gente. Fato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca fui "desprovida", por isso não aumentei um milímetro do tamanho dos meus peitos. Chego a afirmar que até diminuiu. Ainda assim, precisei colocar a prótese mesmo assim. E estou feliz da vida. Mas há coisas que uma mulher deve saber antes de se submeter a isto, e eu gostaria muito que alguém tivesse me dito tudo isso antes. Não disseram, por isso eu vou dizer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com todos os exames feitos e aprovado, no dia D acordo eu as 5 da manhã, pego minha mochilinha e vou, toda formosa e contente pro hospital. Dirigindo, porque já sei que vou ficar dias sem poder dirigir depois, e sozinha, porque ninguém precisa acordar as 5 da manhã pra não fazer absolutamente nada no hospital. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No momento da internação, a bonitinha da recepção me diz: "já te falaram do cheque caução de R$ 5.000,00?"</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Hello, </i><a href="http://www.unimedourinhos.com.br/perfil.asp" target="_blank">Unimed Ourinhos</a>: isso não pode! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pior: depois de eu responder que não falaram e que eu não ia deixar cheque nenhum, a bonita ainda disse que estava equivocada, que o cheque caução só é exigido para emergências, e não para cirurgias eletivas. Piorou, né? Despreparo total dos funcionários... Coisa feia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim: entrei, coloquei a camisolinha básica (modelito super fashion) e a touquinha chique pra prender os cabelos, e fiquei la esperando. As 7:00 me deram um pré-anestésico, ainda no quarto, e logo depois me levaram pro centro cirúrgico. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É bem legal passear de maca: você só vê o teto! =)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chegando lá, cumprimentei as enfermeiras. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você não é a filha do Dr. Fulano? </i>Sim, eu sou (meu pai é anestesista, mas não foi ele quem fez a minha anestesia).</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você não fez outra cirurgia no ano passado? </i>Sim, eu fiz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Tô em casa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A cirurgia em si é bem tranquila. Até porque, gente, ninguém vê nada. E pra quem tem insônia, é a coisa mais linda do mundo: você deita na caminha, toma um remedinho e dorme que nem anjo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mito: anestesia dói?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não, a anestesia não dói. Nada. Nada mesmo. Eu tomei geral dessa vez, então colocaram uma máscara parecida com aquelas de inalação no meu nariz e um abraço. Já era a Lulypim. Mas já tomei aquela na coluna também (em outra cirurgia). E não é mentira: você sente um geladinho nas costas, e mais nada. Benditos sejam os anestesistas. Pode confiar: não dói, e você vai sim acordar depois. Se este é o seu medo (conheço gente que morre de medo da anestesia), vai na fé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ok. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Aí, você vai acordar depois que tudo já tiver terminado, na sala de recuperação. Desta vez, eu acordei morrendo de frio e com dor. Mas, pasmem: com dor na barriga. Explico: é que além da mamoplastia, eu fiz também a correção de uma cicatriz que eu tenho na barriga. E a dor que eu senti foi só na barriga mesmo. Também, penso que eu senti essa dor porque ao invés de colocarem em mim o sutiã pós cirúrgico, colocaram aquela cinta que parece um macacãozinho. Não precisava apertar a minha pobre barriguinha, né? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me cobriram e me medicaram. Passado o frio e a dor, me levaram para o quarto. Não tinha ninguém me esperando, porque, repito: não tem necessidade nenhuma de submeter outro ser humano ao ambiente de hospital. Ninguém vai poder fazer nada por você a não ser as enfermeiras, então, deixa o povo quieto em casa e só incomode quando alguém precisar ir te buscar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou dessas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem gente que faz a cirurgia e quando acorda já vai embora, no mesmo dia. Eu dormi lá. Quer dizer, cochilei, né? Porque pra mim é simplesmente impossível dormir de barriga pra cima. Tô sofrendo com isso ainda. E me disseram que eu não vou conseguir dormir de bruço nunca mais. Mas eu já tive essa sensação de "nunca mais" quando engraviedei e quando fiz a cirurgia na barriga. E há poucos dias, eu dormia de bruço tranquilamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, enfermeiras vieram me ajudar a tomar banho e perto da hora do almoço eu tive alta, com a recomendação de que eu deveria evitar ao máximo de movimentar os braços. Bracinhos de Horário. Antibióticos, remédio pra dor, rifocina pra passar em cima da cicatriz. Belê. Já conheço o procedimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fato: não senti dor quase nenhuma. De verdade. Tanto que havia prescrição para eu tomar analgésicos a cada 6 horas, mas eu tomei uma vez só. Mas isso não é regra: tem gente que sente bastante dor. Eu achei super tranquilo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Legal. A noia começa só alguns dias depois. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tive a sorte de ter uma amiga que fez exatamente o mesmo tipo de cirurgia que eu dois dias antes de mim, então até hoje (tem 18 dias que eu operei) trocamos experiências.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olha que diferente: logo que ela me disse que também tinha feito, a primeira frase dela foi: "<i>Ninguém me falou que essa poha doía tanto!</i>" Viu como não é regra? Eu não senti dor quase nenhuma. Ela quase morreu. E eu tenho outras amigas que não sentiram nada e outras que sentiram tudo. Vai de cada um.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde então, começamos o compartilhamento de loucuras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
a) Um peito tá maior que o outro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
SOCORRO!!!!! Já fiz a porcaria da cirurgia para ficarem os dois iguais, como assim ficou um maior que o outro? E espera um pouco... parece que tem um mamilo mais pra cima que o outro! #MeuDeus. Pára tudo! Vou voltar pro centro cirúrgico e mandar tirar essa porcaria! Estavam tristes e cabisbaixos, mas pelo menos eram naturais!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com os dias, descobrimos que é apenas o inchaço. E que alguns movimentos fazem inchar. Como digitar, por exemplo. Segundo ela, a primeira vez que ela usou o computador, ficou parecendo que amamentava gêmeos! Eu não tive esse problema. Mas no começo fica inchado, e um mais que o outro. Normal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
b) Um ponto arrebentou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
HEIN?!?! Como assim arrebentou? Pois é. Fato. Arrebentou. E ficou bem estranho. Bem feio de ver, pra ser bem sincera. No meu caso, foi na junção da auréola com a pele do peito. E quando arrebentou, abriu, o que certamente faria (fará?) a cicatriz ficar grande e feia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Liguei pro médico, e ele me mandou ir no consultório. Lá, refez o ponto. Juntou a auréola com a pele e costurou de novo. Simples assim. Sem anestesia. Doeu um pouco, mas não muito. Tava tudo meio amortecido. Enfim. Ok. Pontos refeitos, volto eu pra casa, mas muito bem avisada que o ponto refeito poderia "não pegar". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
c) Agonia! Os peitos não igualam! Já se passaram alguns dias, e ainda está um maior que o outro! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Calma. É normal. Os meus igualaram bem rapidinho. Os da minha amiga demoraram um pouco mais, mesmo ela tendo feito a cirurgia antes de mim. Relaxa que vai igualar. E se não igualar, me liga, que a gente processa o médico! =)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em tempo: a hora do banho é a hora do siricutico. É quando você vai olhar, apalpar, achar um milhão de defeitos, chorar, desejar não ter feito a cirurgia. Fica fria: pensa que daqui uns dias você vai estar andando sem sutiã por aí e nem vai lembrar dessa tristeza toda. Simples assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
d) Ah, não! Alergia!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olha só. O esparadrapo micropore dá coceira na pele mesmo. Normal. Algumas pessoas, como eu, são mais sensíveis. Tive (e ainda tenho) feridas em todas as parte que ficaram em contato com o esparadrapo. Coça pra <i>caraleo. </i>Já prepare uma pomadinha aí. Recomendo Polaramine. Nem convém dizer aqui que eu tive uma reação alérgica generalizada e estou inteirinha empipocada e coçando, porque prefiro achar que isso não tem relação com a cirurgia. Mas o fato é que eu estou vivendo à base de antialérgicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
e) Dia de tirar os pontos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desastre total. Aquele ponto meu que tinha sido refeito abriu de novo quando tirei os demais. E um outro abriu também. Sim: o peito ficou absurdamente horrível. Odeiei. Queria me matar. Queria não ter feito. Chorei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas passou. Ao que me parece, a situação de "abrir pontos" é bem normal. Acontece com muitas pessoas. E não adianta: tem que esperar cicatrizar tudo e depois refazer só a cicatriz. É o que eu vou fazer. Ainda estou nessa fase zuada. E já me recomendaram óleo de rosa mosqueta, Hipoglós amêndoas, e uma fita elástica de silicone, que faz a cicatriz diminuir bastante. Vou usar tudo assim que sumir a ferida (ainda tá meio abertinho.... é... nojinho!)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E falando nisso, a minha amiga me disse hoje que um ponto dela também abriu. Triste. A gente nunca quer que isso aconteça, mas faz parte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por hora, é isso. Ainda tenho alguns dias de recuperação pela frente, mas estou bem contente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha recomendação? Se te incomoda, faça. Se acha grande, diminua. Se acha pequeno, aumente. Se acha mole, endureça. Se são diferentes, iguale. Vale a pena. Mas se prepare, porque essas e outras encanações e coisas chatas vão surgir no meio do caminho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-42935826981591264672013-01-04T12:44:00.001-02:002013-01-04T12:51:20.677-02:00Eu costumava ter<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIqkcbjlD6cD3hzGA-eZ6ppim2Ac_oKrdMUxXO49p_FBZOPIL8yTHGSLa869G2DS124xY_stVczwVzU_98_dyuUFNo6xjLHxbl7O5y-VyKHcKNKtgPXGdgsAa9BCpMOJvRTTVjkRBI_sRq/s640/blogger-image-1174426057.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIqkcbjlD6cD3hzGA-eZ6ppim2Ac_oKrdMUxXO49p_FBZOPIL8yTHGSLa869G2DS124xY_stVczwVzU_98_dyuUFNo6xjLHxbl7O5y-VyKHcKNKtgPXGdgsAa9BCpMOJvRTTVjkRBI_sRq/s320/blogger-image-1174426057.jpg" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez, os dias que eu achei que eram ruins e difíceis na verdade eram bons. Para eles, eu costumava ter um sorriso guardado no bolso, porque você sempre me mostrava que a tristeza era infundada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então eu sorria. E tudo sumia. E com o olhar distante o amanhã eu via. E queria. E sabia que viria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez, os momentos de ausência eram necessários. Para eles, eu costumava ter um pouco de esperança guardada no bolso, porque você me mostrava que não havia longe para nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então eu me deitava. E sonhava. E nos sonhos te encontrava. E me abraçava. E eu entendia que de fato perto você estava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez, o choro de antes não era assim tão ruim. Depois dele, eu costumava ter brilho pra colocar nos olhos, porque você sempre me mostrava que não havia dor capaz de superar o que tínhamos de bom.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então eu voltava a caminhar. Rumo ao mar. Deixava a alma lavar. E estava pronta para continuar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu costumava ter.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas os verbos que ficam no passado não se mudam o que agora é presente. E a mim, resta o que a minha mente sente. Hoje são feridas que de tão velhas se fazem novas. Estancada. Estagnada. (Des)esperada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então, o sorriso se perdeu, a ausência não mais doeu e o choro se aquiesceu. E o que eu costumava ter morreu. </div>
<br />Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0Parque Ten. Siqueira Campos Jardim Paulista-23.560366 -46.658433tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-55154449679595476932013-01-03T03:34:00.001-02:002013-01-04T09:02:26.116-02:00Madrugada insone<div style="text-align: justify;">
Encontro-me nos meus devaneios. E encontro-te mesmo sem querer. Porque minha razão me manda fugir, mas meu coração insiste em ficar. Esperar. Novas lágrimas chorar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pergunto-me porque escolheu a mim. Dentre tantas, por que tinha que ser eu?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu amarga e quase conseguindo deixar de acreditar. Você me faz doce e vejo a crença em tudo se renovar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu distante, fria e com tão pouco a oferecer. Você se aproxima e cria em mim a ilusão de que grande posso ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu quieta, para sempre apenas menina serena. Você me atiça, me faz mudar e finge enxergar em mim mulher morena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O muro desfeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Encanto. E depois o pranto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porque o que foi nunca vai deixar de ser. Nem em mim nem muito menos em você. E bem diante dos meus olhos prossegue com aquilo que por mim prometeu cessar. E ainda se diz no direito de se indignar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fez de mim amor. Mas certamente não mediu o que desse amor você mesmo transformaria em dor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feito. Para mim, planos de um futuro perfeito. Para você, não importa o que possa ser defeito. Nem desfeito. Desrespeito. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Normal. Não há nada de mal. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todas as peças do quebra-cabeça sem graça que fez transformar minha vida estavam sempre bem aqui na minha frente. Mas, cega, enxerguei apenas o que poderia ser semente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De repente, são tantas peças que não é mais possível mantê-lo desmontado. Encaixe automático, retrato pré moldado. E não vejo mais em parte, pois deixei de estar no meio e me vejo apenas descarte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Configuração de uma mágoa que desaparecerá. Mas voltará. Porque você não confia em si mesmo, mas eu acredito assim mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fundo, quem escolheu ser triste fui eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De novo, coração machucado. De novo, há de ser remendado. Porque ainda que tenha um final marcado ou que à certeira separaçao este amor esteja fadado, eu me recuso a viver sem saber o que é estar de verdade do seu lado.</div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-12513524553238909302012-11-28T10:15:00.005-02:002012-11-28T10:15:55.145-02:00Agora só me resta aprender o silêncio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHSDeR_nenUl5iBPp6RnJPM3f50G503Ka5Wn0o1ywN731P3oZEgINYn9Zh2r31UmwLnZQ0NnFBM3xo3XqH47kYfzgdr9oY_6bdQf5tG0G39mXFDCeIdR_FxM8iZf5sLTLVUL3jICtxzL_W/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="117" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHSDeR_nenUl5iBPp6RnJPM3f50G503Ka5Wn0o1ywN731P3oZEgINYn9Zh2r31UmwLnZQ0NnFBM3xo3XqH47kYfzgdr9oY_6bdQf5tG0G39mXFDCeIdR_FxM8iZf5sLTLVUL3jICtxzL_W/s320/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Não calo quando devo. Sempre foi assim.<br />
<br />
Em alguns momentos, não consigo compactar os sentimentos, e não dá tempo de pegar um papel e uma caneta. <span style="text-align: justify;">Um tudo dentro da mente que resulta em nada do lado de fora. Apenas prossigo. Automaticamente. Automática mente.</span><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
E antes que eu perca-me em pensamentos meus, como quase sempre acontece, pronuncio. Anuncio. Arrepio. E depois me encolho e aguardo o frio.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O meu tudo é muito. Dou conta daquilo que chamo para mim, e quando não dou conta sozinha, renuncio. Porque a dependência me machuca devagar e constantemente. Falta-me o tempo para encontrar-me perdida. Ou perder-me. E é isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já aprendi muitas coisas. Mas ainda me falta aprender o silêncio.</div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-90725047629507275452012-11-22T23:16:00.004-02:002012-11-22T23:16:30.237-02:00Nulo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPgXMYtBt3eoS_gnnXS_mR_YTE5cEjT89vCRRiSxX9MzQUD6FwssHoksGSuqxP4sK2pfXRaHiUyG1S59dUwZZKnjjl7ZHBDkTWG2F-51vxp9MpUfhzaOSioJP8Ef2XQuZe3guuc4WQwYCi/s1600/inerte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPgXMYtBt3eoS_gnnXS_mR_YTE5cEjT89vCRRiSxX9MzQUD6FwssHoksGSuqxP4sK2pfXRaHiUyG1S59dUwZZKnjjl7ZHBDkTWG2F-51vxp9MpUfhzaOSioJP8Ef2XQuZe3guuc4WQwYCi/s320/inerte.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Pela primeira vez, experimento, acordada, a sensação de estar anestesiada. Anestésico que paralisa os sentimentos. Olhos parados. Nulo. Mente bloqueada. Zero. Dores contidas. Apatia. Cansaço que teve a permissão de tomar conta de todo o corpo. Inércia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Impeço o sorriso, porque assim não sinto o quanto o choro é amargo. Pelo menos assim não dói.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
E sei que essa não sou eu. Mas mesmo assim, insisto. Preencho-me daquilo que não me completa, ocupações vãs. Carga extra de trabalho mais que bem vinda em tempos de depressão que se aproxima. Todos os espaços da mente ocupados, e nenhum espaço para pensar na cores daquilo que não enxergo mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Frusto a calma, porque assim não sinto a urgência da ansiedade. Pelo menos assim não dói. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No automático: sentimentos todos represados. Trancados e inundados. Para não sentir o ruim, é preciso esconder também o bom. E o que sobre é fuga. Um tanto de frio num coração que foi feito quente. Impassibilidade. Várias faces de uma mesma eu, mas que no fundo sou apenas outras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Adio o reenconto, porque assim não sinto as pontadas da ausência. Pelo menos assim não dói.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cansada demais para não me fazer indiferente. O que não posso mudar, a mim resta apenas esperar. Inerte em meus próprios movimentos.O tudo bem diante de mim, e eu por enquanto só enxergando o que me resta de nada. Porque quando o que eu posso ter depende de um agir que não cabe a mim, eu me inquieto. E depois de tanta inquietação é minha hora de tentar a insensibilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Prejudico os momentos bons, porque assim não me assusto quando retorno ao infinito de momentos ruins. Pelo menos assim não dói.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Blindando-me. E sendo algo que nunca fui. Expulsando tudo e todos que tentam entrar no meu mundo. (Re)construíndo os muros que me protegem do que está ao meu redor. De volta ao meu mundinho. E não nego a difículdade de voltar para o lugar escuro e quieto de onde eu nunca devia ter saído. Ou de onde eu pelo menos ainda não devia ter saído. Um amanhecer no meio da madrugada. Fora de hora. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Impeço o pensamento no amanhã, porque assim não sinto a aflição do hoje. Pelo menos assim não dói.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
E por hora, apenas música clássica. Permito-me voar para longe na companhia de algumas notas tristes e solitárias.Continuo a mesma. Apenas guardei-me. Numa caixinha. E o que ficou do lado de fora é apenas nulo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E me engano afirmando que pelo menos assim não dói.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-19866730965021608332012-09-12T21:38:00.002-03:002012-09-12T21:46:11.181-03:00Voltando aos trabalhosDois primeiros livros praticamente prontos.<br />
<br />
Luly de volta à ativa. Bora escrever!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60RGy0TvGLf-wLPBf4tJYfv47i-mCxbKoy8Um32XJ9e1fzt-YvTxlt_jjuI4czHYq0tp95-Mk01U54KkLqIiSCDZGmXExpyqbDtR03X9YJXhgFIxGPo27NWOClDBf7q1gVqzFPNxsHbeq/s1600/escrever.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60RGy0TvGLf-wLPBf4tJYfv47i-mCxbKoy8Um32XJ9e1fzt-YvTxlt_jjuI4czHYq0tp95-Mk01U54KkLqIiSCDZGmXExpyqbDtR03X9YJXhgFIxGPo27NWOClDBf7q1gVqzFPNxsHbeq/s320/escrever.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Brincando com matérias diferentes agora, mas o projeto continua o mesmo. E está ficando lindo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu acho que realmente me encontrei nessa coisa de escrever. Quero fazer isso pra sempre. Toda a minha vida. Toda essa minha vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aceitei, de uma vez por todas, que eu tenho um dom. O "dom da redação". E não vou desperdiçá-lo. Pelo contrário. Vou abraçá-lo muito forte. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse sentido, achei um texto antigo, que eu escrevi no ano passado, mas que ainda serve, com algumas adaptações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Vulnerável... Atingível... Mudança... Um pé que voa, e o outro que está colado no solo. Pra quê tantas perguntas? A resposta é sempre uma nova pergunta. Que não cala. Que não se responde. Porque não há resposta. Há? Há palavras. Há escrita. Há eu.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
As vezes, não permito que a minha loucura sem nexo fale mais alto. E aí ela grita. E vira letras organizadas, que forma lago (ou algo) que se pode ler. Ataduras soltas. O que eu prendi, na verdade sempre esteve livre. E sim... eu sabia disso. Finjo, e acredito no meu próprio fingimento. E isso me faz bem. Me extasia. Me fascino com aquilo que eu sei que não é fascinante. É mar. É muito, e é nada. Mas é onde eu quero estar. Ondas que se transformam em outra pergunta: onde eu quero estar?</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Escondo-me sempre no mesmo lugar porque eu sei que ali, mesmo perdida, eu vou me encontrar. Eu sou o meu próprio porto seguro. Inseguro. Invertida. Desordem. Mas, ainda assim, meu porto. Eu meu. E em mim, tudo aquilo que se tornou meu. E se tornou eu.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Sou exatamente como <a href="http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/72954/">Oswaldo Montenegro</a>. Metade grito, metade silêncio. Metade partida, metade saudade. Metade o que eu ouço, metade o que calo. Metade o que eu penso, metade vulcão. Metade a lembrança do que fui, metade não sei. Metade abrigo, metade cansaço. Metade platéia, metade canção. <i>Metade amor, e a outra metade também.</i></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez, eu seja mais. Porque eu tenho mais do que apenas duas metades.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Metade sobriedade, metade adolescente. Ou, quase sempre, a mesma metade é as duas coisas ao mesmo tempo. E, ao mesmo tempo, outra coisa diferente. Meio texto, meio forma, meio cor, meio tudo.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Metade vazia, e metade transborda. Mas o que transborda não vai para a metade vazia. Escorre pelos olhos, estende-se pelos dedos. E se transforma em palavras. Escritas, mas quase nunca ditas. Porque metade é tempestade. Mas só a metade.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Eu não sei me definir. Porque a cada minuto eu sou uma. Sou tantas. Sou nenhuma. Sou minha. De mais ninguém. Mas me divido. Metades incertas, porque não são exatamente metades. São frações, que juntas não formam um inteiro. Meia inteira. Inteira e meia. Intensa e meia.</div>
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<br /></div>
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Acordo feliz, e em menos de um segundo me deixo atingir por uma enxurrada de pensamentos complexos demais. Mas o meu oposto não é o contrário. Eu não fico triste quando deixo de ficar feliz. Eu fico apática, e a minha apatia é cheia demais pra ser vazia.</div>
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<br /></div>
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O que eu quero não me adianta. Porque o que eu não quero sempre vem. Mas continuo querendo. E só por querer, já o tenho como meu. Ego(ísta).</div>
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<br /></div>
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Mesmo sendo duna, que se move com o vento, sou montanha parada sempre no mesmo lugar. Controlo o que me rodeia, mas não controlo o que me preenche. Ou, no fundo, não controlo nada. Mas deixo uma metade acreditar que estou no comando. Porque a outra metade é perdida. </div>
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<br /></div>
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Inconstância. Controvérsia. Incomum.</div>
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<br /></div>
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O meu sim geralmente é não. E o talvez certamente é sim. Não aceito o não. Mas o mastigo. Indigestão. </div>
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<br /></div>
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Insista. Duvide. Me tente. Me prove. Me teste. Porque é isso que me move. Mas que tudo isso venha de apenas um. Da minha metade. Meu.</div>
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<br /></div>
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Preciso de tudo na hora, mas me confundo quando me pergunto qual é a hora. Atrasada. Adiantada. Fora do compasso. </div>
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<br /></div>
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E, como nesse texto, faço tudo parecer imenso. Mas não é. Não é nem metade.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-74491149283397972152012-09-04T21:52:00.001-03:002012-09-04T21:52:25.949-03:00Agora vai<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfnHmLPpCmNrlxhgxRlulnUk6hq9U4rZVczPv9_7rG5l85lnMMwn3syXhznWcYP8DxwzYOrFe1ecXET7nuJD4aLWUzrTLC8aI7kbkUeadUfQVYhen0g-AQPUJ4cZg1pW3QxtdkcESvYyB/s1600/escritora.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfnHmLPpCmNrlxhgxRlulnUk6hq9U4rZVczPv9_7rG5l85lnMMwn3syXhznWcYP8DxwzYOrFe1ecXET7nuJD4aLWUzrTLC8aI7kbkUeadUfQVYhen0g-AQPUJ4cZg1pW3QxtdkcESvYyB/s320/escritora.jpg" width="320" /></a></div>
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Pronto. Arquivo liberado. Agora vai. Será que vai? Não consigo deixar de me perguntar: isso é normal? Dói assim mesmo? Putz! Pra mim foi um parto...</div>
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<br /></div>
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É bem igual o nascimento de um filho. </div>
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<br /></div>
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Quando você descobre que está grávida, vem um misto de sensações e medos absurdos e deliciosos. Você faz e refaz umas cinquenta vezes o teste para ter certeza. E mesmo com todos os testes positivos, ainda fica uma dúvida. Será?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando você é chamada para escrever um livro, você fica meio boba também. Não acredita que vai dar conta, ou que o convite é verdadeiro. E pensa e repensa se realmente quer fazer isso, mesmo depois de já ter aceito o desafio. Será?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí, você descobre que a gestação dura quarenta semanas, e não nove meses. E tem certeza absoluta que não vai dar tempo de preparar tudo neste tempo. Começa a se sentir estranha. Chora. Enjoa. Fica com fome. Fica com sono. Fica com calor, com frio, com calafrio. Cabelo que não pode pintar, remédio que não pode tomar. Barriga, celulite, estria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí, você começa a escrever. E se perde, porque já não sabe exatamente sobre o que deveria falar no seu livro. Ou tem vontade de falar sobre tudo. Perde a noite e o dia. Deixa de lado algumas muitas coisas. Cansa. Sente raiva. E passa a ter certeza de que você é a única pessoa no mundo que não poderia escrever, porque você não sabe escrever. Fica tudo horrível. Mesmo assim, continua. Já foram cinquenta páginas, vamos tentar mais cinquenta. Ponto, vírgula, parágrafo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E quando vai chegando a hora do bebê nascer, milhões de pensamentos: vai nascer perfeito? Como serão os cabelos? Os olhinhos? As mãozinhas? Não, não era apenas uma manchinha na tela do ultrassom: era meu bebê. Arrumar a mala para levar para a maternidade, mesmo sabendo que ainda faltam algumas semanas. Mas vai que ele resolve nascer antes? Mau humor e felicidade. Pés inchados. Chega a hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E quando vai chegando o capítulo final, um medo de terminar. Porque é possível que alguém leia. E podem te julgar. E vão mesmo te julgar. As olheiras estão escuras, o assunto está ficando chato. Você não aguenta mais, e, ao mesmo tempo, não quer acabar. Porque o que vai fazer quando acabar? E pensa em recomeçar do zero, mas não dá mais tempo. Mais duas páginas. Chega o prazo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hora de ir para a maternidade. Um pouco de dor e a certeza de que quando voltar para casa, não vai mais estar sozinha. Trará um serzinho nos braços. Vai doer? Sim. Vai doer. Mas é a dor mais gratificante do mundo. E o parto pode demorar ou não, pode complicar ou não. Mas você nem liga. Ao mesmo tempo, uma explosão de felicidade e o medo de que a partir do nascimento, ele não estará mais protegido dentro da sua barriga.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hora de enviar o arquivo. Um pouco de saudade e a incerteza de que ficou tudo certinho. Podia ter revisado mais uma vez. Podia ter excluído um capítulo ou incluído outro. Vai doer? Bom. Em mim doeu. Senti um vazio infinito, porque não tinha mais o que fazer nas minhas noites. Voltaria a dormir. Mas quem disse que eu queria dormir? Ao mesmo tempo querer terminar, e quando termina, não querer que tivesse terminado.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, finalmente, sentir sua cria nos seus braços. Amor indescritível que você nem sequer sabia que existia. É seu. Você que fez. Carregou no ventre pelo tempo necessário e agora pode chorar por ver que ele é lindo. Mais lindo impossível. Quem foi que disse que recém nascido é feio? O nosso, nunca é. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu ainda não cheguei no finalmente do meu livro. Ainda comparando com um nascimento, eu estou agora na fase em que ele já nasceu, e eu já constatei que ele é perfeitinho. Mas a pediatra levou ele para o berçário. E eu preciso esperar que me tragam ele de volta, pra poder, aí sim, mostrar para todo mundo e dizer: é meu.</div>
<br />
Quase realizada. Quase uma escritora.<br />
<br />Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-910628110947173839.post-31532179771999654562012-09-03T22:45:00.002-03:002012-09-03T22:45:27.415-03:00Irritação de autora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYveaCRiJgbjpzgTjLh_X73bBEbAOemO_8xLdODHT40rWTTGbZSaTbn-jNO1kcThen4zPvODZJOdecZtQVzGBwrovkqO_w8AS-gS33bLTrscTFNU_CcnQR2WXB_KUrfs3enY3mfstKe_Y/s1600/Irritado.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYveaCRiJgbjpzgTjLh_X73bBEbAOemO_8xLdODHT40rWTTGbZSaTbn-jNO1kcThen4zPvODZJOdecZtQVzGBwrovkqO_w8AS-gS33bLTrscTFNU_CcnQR2WXB_KUrfs3enY3mfstKe_Y/s200/Irritado.gif" width="159" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Então é assim: você quer escrever. Aí, você escreve. E aceitam te publicar. Até aí, lindo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não é o fim. Depois dessa parte legal vem o inferno. Eles mudam seu texto sem te pedir. Cortam coisas. Incluem coisas. E te mandam. E você, que achou que nunca mais na vida fosse ser obrigada a ler o que escreveu, fica sem escolha. Lê, e acha tudo horrível. E tem vontade de abortar a missão do projeto. E quer reescrever tudo, ou simplesmente jogar fora o arquivo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguém caridoso te convence que tá tudo lindo. Você aceita, e manda de novo, pedindo gentilmente que sejam feitas algumas alterações. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O arquivo volta. Com tudo errado de novo. Não era vírgula, era ponto! E parágrafo! Quem mudou isso aqui?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Você caminha novamente pelo calvário, carregando a sua cruz, que parece ainda mais pesada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Envia de novo, pedindo (não tão gentilmente mais) as alterações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E ele volta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas que diabos essa vírgula continua fazendo aqui? ERA PONTO!!!!!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim. Eu me irrito. Profundamente. Sou dessas. Chata. Chata mesmo! Não sou simplesmente chatinha não. Sou das mais chatas do mundo.</div>
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<br /></div>
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E já que aqui eu posso escrever sem ninguém me censurar ou mudar o meu texto, eu me dou o direito de explicar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Livro é filho. Você gera ele dentro de você e o trabalho do parto é doloridíssimo. Você cuida dele com carinho. Amor. E dá dor no coração de vê-lo partir. Agora pensa comigo: você ia permitir que pintassem um braço do seu filho de azul? Ou que lhe tirassem o umbigo? Ou ainda que colocassem dentes de leão marinho nele?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Mas são alterações tão pequenas! É só um ponto final!</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">É só um ponto final na casa do $%&*. E ainda que seja só um ponto final, é o <b>meu </b>ponto final. Eu quero ele ali! Não vou deixar meu filho sem umbigo nem aqui e nem na China. Desculpa.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
É. Eu estou irritada mesmo. E nem vou citar os fatos de que demoraram mais de vinte minutos para pegar meu carro no estacionamento hoje, ou que o trabalho que eu fiz foi tratado como brincadeira, ou que as contas deste mês somaram um valor bem maior do que as receitas, ou que eu vi (e sempre vejo) conversinhas desagradáveis e desnecessárias por aí. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Hoje estou feliz porque tenho um único motivo para colocar toda a culpa da minha irritação. E o culpado é meu livro.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
Luhttp://www.blogger.com/profile/05504142142571204753noreply@blogger.com0