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domingo, 8 de dezembro de 2013

Garota exemplar

Continuo querendo ser escritora, mesmo já sendo uma. Aliás, continuo querendo ser muitas coisas, umas que já sou, outras que não sou, outras que talvez não serei.

Ando lendo bastante. Sempre li. Mas tem fases que leio mais. Ultimamente, ando ocupando minha cabeça com os livros, na tentativa de expulsar da mente os pensamentos ruins que algumas muitas pessoas sempre conseguem plantar lá dentro.

Acho que as pessoas tem mesmo essa necessidade: uma vontade incontrolável de atingir e agredir os outros. Tudo bem. Também já fui assim. Hoje em dia tenho muito mais coisas para me preocupar com a vida dos outros. Não sobra mais tempo. Que bom para mim.

Há tempos estava com a ideia de comentar um pouco dos livros que leio. Então vamos lá. 

Recentemente li o Garota Exemplar. Eu já tinha visto ele nas prateleiras muitas vezes, mas não sabia do que se tratava. Aliás, raramente leio as sinopses dos livros. gosto da surpresa, e compro os livros pela capa.

Essa capa, confesso, não tinha me chamado muito a atenção, então comprei diversos outros antes de comprar ele. Mas teve um dia que não consegui mais fugir.

O livro fala, em resumo, do sumiço de uma moça, e da consequente busca do marido por ela. É uma história aparentemente comum, no início, mas com algumas sacadas muito boas.

A tal moça tem pensamentos que se parecem com os meus. Ela fala da rotina imbecil em que alguns casais se permitem viver. Da futilidade das brigas por ciúme. Dos questionamentos irritantes da sociedade sobre ter filhos ou arrumar um marido. Das aparências sem sentido que muitos tentam manter.

O cara é um típico marido insatisfeito e acomodado. Tem uma amante, e embora prometa à ela que vai largar a mulher, nunca teve realmente a intenção de fazer isso.

A história é narrada pelo marido, mas se transforma quando, mais ou menos na metade, quando a narrativa passa a ser da própria mulher desaparecida.

É bastante surpreendente e prende a atenção. A forma como o autor expressa as coisas por palavras é fantástica. Poucos livros me dão a sensação de  "putz! eu queria ter escrito isso!". Esse deu.

Gostei muito. Muito mesmo. Mas acho que, especificamente, tenho motivos pessoais para ter gostado desse livro. A história é muito similar a uma que eu conheço, e que me afetou profundamente tempos atrás.

É um livro que eu gostaria demais de dar de presente a um casal que é exatamente tudo que é retratado no livro... Mas obviamente não vou fazer isso. Ou vou... Quem sabe, né?

Recomendo a leitura.