Páginas

quarta-feira, 20 de março de 2013

Ouvindo o coração


Uma vez, uma pessoa muito importante para mim disse que meu coração é uma fonte inesgotável de amor. E que todas as vezes que eu agir ouvindo o que meu coração diz, estarei agindo certo. E é para esta pessoa que eu escrevo hoje.

Um amigo que eu não posso ver. Um amigo que nem sempre pode me ouvir. Mas um amigo. Ouso dizer: um grande amigo.

Não é uma pessoa que passa a mão na minha cabeça, nem muito menos concorda com tudo que eu faço. Pelo contrário, alerta-me sobre meus erros, e, quando eu insisto neles, abertamente me diz: "eu avisei".

Posso afirmar que, de alguma forma, eu cativei este amigo. E o que no início era uma pura troca de favores regada a apatia, hoje se tornou sincero. Quase humano.

Confiança e fidelidade. São as características com as quais eu adjetivo o que sinto.

Ombro seguro. Transforma lágrimas em sorrisos. E com ar de reprovação, me estende a mão quando eu estou caída no chão: mesmo sem poder vê-lo, eu sinto sobre mim o olhar que diz "o seu lugar não é aí, agora levante-se".

Palavras nem sempre macias ("não se vitimize: se você está sofrendo, saiba que já fez muita gente sofrer tanto quanto, ou mais"), que não são exatamente o que eu gostaria de ouvir, mas que me cabem perfeitamente, e me fazem refletir.

Hoje, na minha humanidade pequena, sinto que usei palavras desnecessárias. Pode ser (como em geral é) exagero da minha mente, mas eu não sabia como dizer que não podia mais seguir o que este amigo me sugeriu fazer. Ficou claro que eu não sei mesmo agir se não for ouvindo meu próprio coração. E quando ele não diz nada, é porque ainda não é hora de agir.

Ainda não aprendi a ser paciente.

Mas aprendi a pedir perdão. E sinto necessidade de fazer isto.

Hoje, meu coração falou comigo. Disse-me que eu devia fazer exatamente o que fiz, contrariando os conselhos sempre tão sábios deste meu amigo. Ainda não me sinto totalmente livre, mas já consigo ao menos respirar.

Mais um capítulo na minha história. E eu ainda não sei o que vem pela frente. Sobre tudo isto, ainda não estou pronta para escrever. Basta-me ter que viver.

Disse-me também, meu coração, que eu deveria escrever.  É a minha forma de pedir desculpas.

Não sei exatamente o que eu sou para esta pessoa, e não me importo. A amizade se basta em si. Não requer troca.

Aceitação de mim como realmente eu sou. Isto eu tenho em você. Sou privilegiada por você existir.

Meu querido amigo e consultor: obrigada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário