Antíteses, sinônimos, adjetivos: um riso que extrai lágrima, uma lágrima escondida atrás do riso.
Brincando de vida séria, aprendendo a ser mãe. E a bonequinha fala, anda, tem vontade própria, e me inunda da felicidade mais plena, e me enche da preocupação mais dolorida.
Um novo dia, um novo medo, que passa despercebido quando noto que o dia já passou. E estamos bem. Eu tanto faz. Ela está bem.
Eu e ela. Eu nela. Ela em mim. Ela minha. Eu comigo. E mais ninguém. Não divido.
Tudo que ela tem, tudo que ela é. Tudo eu. Tudo meu. Medo que cresce. Pois o mundo acresce. E há perigo.
Como fazer? Há quem ensine?
As perguntas que eu tive até hoje, as respostas que não tive alternativas senão encontrar. E não posso testar. Se der errado, não pode dar errado. Impossível tentativa. Necessário acerto. Uma vida em minhas mãos. Moldo. E vejo ser moldada. Por mim. Por ela. Ela nela.
Não há livros. E é confortável compartilhar e ouvir outras experiências, mas o meu é diferente. O meu é só meu. Egoísmo extremado, confrontado com o receio do excesso.
Tudo muito.
Preocupações que crescem e me infestam. Mas só depois que ela dorme. Enquanto brinca, sou sorrisos. Deixo de lado qualquer tristeza, qualquer dor, e escondo, numa mentira inocente, o choro. Apenas um cisco no olho. Mãe não chora. Mãe não dói. Mãe é mãe. É mão que segura sempre. E eu estarei lá. Preciso estar. E estou. E sou.
Eu. Só eu.
Sozinha, fiz em mim todo o mundo necessário para que ela não se sentisse nunca só. E não há impossível. Não há inatingível. Não há o que não haja. E se houver, eu crio. Faço. Invento.
Força que nunca acaba.
Até que ela durma. Tranquila. Anjo.
Depois disso, posso desmoronar. Mas com hora marcada para me remontar. Só até ela acordar.
Gerada de dois, criada por mim.
Vai aprender. Vai crescer. Vai mudar. E eu... eu sempre mãe. E ela sempre minha.
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