Inentendível.
Sou assim. Antes, compreensível. Hoje, totalmente oposta. Ao que? Não sei. Nem saberei. Nem eu, nem ninguém. Ainda bem.
Não tem conotação negativa. Apenas explosão de tudo e nada, que resulta em sorrisos e lágrimas não de dor, mas de amor. E cor. Colorido que escorre e decorre dos dias que se transformam em noite. E das noites que nunca acabam. Apenas entram para a história. Outra página de um livro que não se escreve, mas se sente.
Confundo o mundo. Não se pode esperar nada de mim. Mas você, você me tem. Portanto, não é necessário que espere. Apenas tenha.
É para você. Sou para você.
A busca não acaba, porque não posso mais ter certeza do que quero. O meu desejo pelo amanhã não acaba quando efetivamente chega o amanhã. Porque o depois é nunca. E eu quero chegar lá.
É um tanto quanto complexo. E eu tenho tentado
resolver os conflitos e todas as coisas de maneira não traumática. Contudo, sem
sucesso, anuncio agora a minha opção por outros caminhos. Sou assim mesmo:
surpresa. Ainda que a mesma, sou diferente. E Luly diferente sorri.
Eu, no meu mundo, sempre lutando para me mostrar dura.
Precisava aguentar as adversidades do caminho. E me tornei cada vez mais
descrente para poder continuar crendo. Você, apenas sorriso. A sua vida era
simples, e eu admirava.
Mas era tudo diferente, não é mesmo? Tudo contrário. Simples que se fez complexo. Sorriso que se fez lágrima. E vice versa. Sempre vice versa. Minhas dores escorreram, e se fizeram nas suas. O eu virou você. E agora, somos nós. Um. Únicos. E para sempre. Tão eterno quanto pleno. E ninguém é capaz de compreender o que tudo isso significa. Porque não sentem. E não têm. Nem nunca terão. Apenas Luly. E Luly só você tem.
Lembro-me do tempo em que eu não sabia o que eu seria.
Falava a palavra futuro como se ela fosse distante, sem saber que o futuro não
existe. É tudo hoje. Ainda não sabia que as pessoas são, na sua essência, más.
E que ninguém ajuda de graça. E eu
precisei. Eu confiava nas pessoas. Ingênua.
Hoje encontrei. Alguém que não se mede, nem se pede, nem se despede. Meu. Somente.
Simulando tranquilidade, deixei mais uma vez meus
sorrisos enganarem o mundo. Sou boa nisso. Hoje dei de cara comigo mesma. Vez
por outra, tenho que fazê-lo. E o que vi no espelho não foi, como nunca é,
bonito. Não foi o que estava escrito, nem o que por mim dito. Um mito. Aflito.
Acúmulo de sensações e experiências, que de quando em quando, ou por ser quanto
ou tanto, apenas despejo. Meu eu nao mais a mim adstrito. Defazendo-se. Arenito.
Mas não expresso a tristeza que agora não tenho. Embora intensa, sou leve.
Desisto de me buscar na dor. Ela existe. Mas não vai me vencer. E eu, incompreensível continuo. Mas amo. E sou feliz por isso.
O olhar continua doce e distante. Sinal de que a chuva, onde quer que esteja, pode agora lavar outras dores. E tudo ficará seco e silencioso novamente. Ciclo. Porque quando você tem a intenção de matar alguma coisa, e é
forçado a fazê-lo por bem ou por mal, você o fará. Mas você enterra outras
coisas também.
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