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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Eu costumava ter

Talvez, os dias que eu achei que eram ruins e difíceis na verdade eram bons. Para eles, eu costumava ter um sorriso guardado no bolso, porque você sempre me mostrava que a tristeza era infundada.

E então eu sorria. E tudo sumia. E com o olhar distante o amanhã eu via. E queria. E sabia que viria.

Talvez, os momentos de ausência eram necessários. Para eles, eu costumava ter um pouco de esperança guardada no bolso, porque você me mostrava que não havia longe para nós.

E então eu me deitava. E sonhava. E nos sonhos te encontrava. E me abraçava. E eu entendia que de fato perto você estava.

Talvez, o choro de antes não era assim tão ruim. Depois dele, eu costumava ter brilho pra colocar nos olhos, porque você sempre me mostrava que não havia dor capaz de superar o que tínhamos de bom.

E então eu voltava a caminhar. Rumo ao mar. Deixava a alma lavar. E estava pronta para continuar.

Talvez.

Eu costumava ter.

Mas os verbos que ficam no passado não se mudam o que agora é presente. E a mim, resta o que a minha mente sente. Hoje são feridas que de tão velhas se fazem novas. Estancada. Estagnada. (Des)esperada.

E então, o sorriso se perdeu, a ausência não mais doeu e o choro se aquiesceu. E o que eu costumava ter morreu.

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