Páginas

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Janeiro

Inicio meu ano como qualquer outro: acreditando que vai ser diferente. Uma forma suave de me enganar.

Só mais uma garota. Com expectativas e responsabilidades de uma mulher, mas eu nunca deixei de ser uma garota. E quase ninguém percebeu isto. Eu mesma provavelmente não percebi. Apenas me deixei crescer. E assumi o que me foi dado.

E aos poucos aprendendo que nem sempre aquele que pede desculpas está arrependido. Em verdade, na maioria das vezes, trata-se de simplesmente minimizar as consequências. Dizer o que o outro quer ouvir. Apagar os incêndio. E continuar levando uma vida de mentiras em que importa apenas o agora. E se agora estiverem todos sorrindo, então está tudo bem.

Mas esta nunca fui eu. Porque eu nunca me contentei apenas com o agora. Porque haverá o depois, e eu prefiro me ocupar, agora, em tornar o depois melhor.

Já não sei mais se o que eu sonho está ao meu alcance, e o fato de sonhar me machuca tanto que eu tenho medo de dormir. Uma espera que nunca tem fim, por um amanhã que nunca chega, em que as coisas vão melhorar. Mas nunca melhoram. 

Minutos que se arrastam são esperanças que se desfazem. E algumas marcas são profundas demais: ainda que cicatrizem, para sempre causarão dor. Uma vida que vai ficando tão pesada que cada lágrima se transforma em uma cachoeira. Cada palavras, uma flecha. Cada atitude, um inferno.

Prestes a desistir, e ainda estamos em janeiro.



Nenhum comentário:

Postar um comentário